São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Ford, fordismo e Amazônia

DO BANCO DE DADOS; DA REDAÇÃO

Criada em 1928 para suprir de borracha a indústria automobilística americana, a cidade de Fordlândia -nas margens do rio Tapajós (PA)- foi um projeto visionário e fracassado do empresário Henry Ford.
Henry Ford foi o pioneiro da indústria automobilística ao criar, em 1903, a Ford Motor Company, nos EUA.
Inovador, Ford racionalizou os métodos de produção de sua empresa, passando a produzir carros mais velozes e baratos. Além disso, pagava salário-extra aos seus empregados.
O conjunto de boa remuneração, métodos de produção avançados e produção em massa recebeu o nome de "fordismo". O termo marcou uma nova fase no capitalismo, a da "administração científica".
A Fordlândia, construída em estilo americano, com usina de luz, hospital e uma infra-estrutura até hoje rara na região, surgiu de um acordo entre Ford e o governo brasileiro.
O empresário injetou mais de US$ 20 milhões na cidade, plantando cerca de 6 milhões de seringueiras e erguendo casas de madeira para uma população de 15 mil pessoas.
Os trabalhadores não pagavam aluguel e tinham direito a água, luz, remédios e médico.
Em 1934, Ford fundou Belterra. A localização da cidade, próxima da foz do Tapajós, facilitava o escoamento da produção de borracha e a vinda de equipamento pesado dos EUA.
Apesar de todo o investimento, as duas cidades não prosperaram e sucumbiram devido às pragas nas seringueiras, ao isolamento e aos altos impostos.
Em 1946, Ford vendeu o projeto com todo o maquinário ao Ministério da Agricultura.
Fordlândia e Belterra viraram bases agrícolas experimentais, administradas por cooperativas de seringueiros. Hoje são habitadas pela população ribeirinha. O complexo está quase arruinado. Em 92, foram realizados leilões dos equipamentos, pratarias e móveis que restaram do sonho de Ford.

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