São Paulo, domingo, 10 de agosto de 1997
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Livro revê papéis de líderes

RODRIGO LEITE
DA REDAÇÃO

Defender que o líder da independência paquistanesa, Mohammed Ali Jinnah, era um nacionalista moderado que fez o possível para modernizar o seu país e, por outro lado, o indiano Mahatma Gandhi era politicamente ingênuo é uma posição pouco usual -ao menos fora do Paquistão.
Mais inusual ainda para um acadêmico britânico (sujeito, portanto, à culpa do colonialismo), de apenas 31 anos. Mas é essa posição que defende Richard French, autor de "Liberty or Death: India's Journey to Independence and Division" (liberdade ou morte: a viagem da Índia para a independência e divisão).
Para ele, Jinnah (1876-1948), normalmente retratado como o responsável pelas divisões entre paquistaneses e indianos, ambicioso por "ter" um país, era na verdade um moderado islâmico.
Já Gandhi, para ele, merece a fama de caridoso, mas foi usado ao longo de décadas pelo Partido do Congresso, que, desde a independência, só esteve fora do governo por cinco anos. O fato é que, em cinco décadas, Gandhi mereceu muito mais destaque -e respeito internacional, ainda que póstumo, do que Jinnah.
O livro de French se baseia em documentos secretos recentemente abertos pelo Reino Unido. Como notou a revista "Asiaweek", de Hong Kong, French investe também contra figurões britânicos da época -o premiê Winston Churchill, por exemplo, era racista e cheio de caprichos.
(RL)

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