São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997
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Aumentam as vendas pela Internet

Mais redes preparam sites

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Aos poucos, o consumidor brasileiro está perdendo o medo de adquirir um produto por intermédio da Internet, o que está levando um número maior de lojas a operar com esse canal de venda.
Ponto Frio e Pão de Açúcar são pelo menos dois exemplos de empresas que já apostaram na venda por meio do computador -e estão gostando dos resultados-, assim como as livrarias Siciliano e Cultura. Outras redes, como Arapuã e Mappin, se preparam para, em breve, disputar o consumidor usuário da Internet.
Não é para menos. Estima-se que esse mercado no Brasil é da ordem de 2 milhões de pessoas, das quais 37% têm curso superior. Esse perfil do usuário da Internet, para os especialistas, é animador.
É que as lojas acreditam ter encontrado um filão especial de consumidor -com bom poder aquisitivo, razoavelmente ocupado e muito atento à praticidade.
A Mídia Designers, empresa que desenvolve aplicativos multimídia, fez uma pesquisa com 280 usuários da Internet durante a última Fenasoft, em julho, e constatou que 23% deles já haviam efetuado compra pelo computador.
Tatiana Santa Paula, sócia-diretora da Mídia, ficou surpresa com o percentual, uma vez que ainda são poucas as lojas que têm produtos à venda pela Internet. "Esse levantamento não pretende ser representativo da população brasileira, mas mostra que a Internet está cada vez mais presente na vida das pessoas", diz.
Comparação
Maurício Morgado, sócio-proprietário da Lumina Marketing, consultoria especializada em marketing, considera que a Internet vai se tornar um canal importante de venda muito rapidamente.
Ele faz uma comparação: o rádio levou 38 anos para alcançar 50 milhões de usuários no mundo; a TV, 16 anos; a TV a cabo, 10 anos; a Internet, apenas 5 anos. "Não há dúvida. O comércio vai testar esse canal de venda cada vez mais."
Pelo levantamento da Mídia Designers, os CDs lideram a lista dos produtos mais vendidos por intermédio da Internet, com 61%.
Na segunda colocação estão os livros, com 44%. Depois seguem os produtos de supermercados (9%), as roupas (5%) e outras mercadorias (36%), como jóias, flores etc.
O Ponto Frio, rede de eletroeletrônicos, começou em março a comercializar produtos via Internet. Hoje, vende cerca de 450 unidades por mês, mas prevê que esse número dobrará até o final do ano.
Para atrair o usuário, a rede colocou à venda, por meio da Internet, 120 produtos, que custam cerca de 6% menos do que nas suas lojas.
A lavadora de roupa Clean, da Brastemp, custa R$ 668 à vista nas lojas e R$ 635 na Internet. O Vaporetto, R$ 498 e R$ 470, respectivamente. "É que o custo de vender pela Internet é menor", diz Carlos Alberto de Lima, "webmaster" (responsável pelas páginas -sites) do Ponto Frio na Internet.

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