São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997
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Padilha já voou 41.600 km pela reeleição

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A um ano e dois meses das eleições de 98, o presidente Fernando Henrique Cardoso tem um cabo eleitoral em permanente campanha pelo país: o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha. Ele divulga o programa "Brasil em Ação" -carro-chefe da campanha de FHC pela reeleição no próximo ano.
Em dois meses e meio no cargo, Padilha já voou 41,6 mil km visitou 37 cidades e esteve com dez governadores -o equivalente a uma volta ao redor da Terra.
Por onde passa, o ministro anuncia que o Brasil em Ação vai investir R$ 9,1 bilhões em rodovias, hidrovias, ferrovias e portos até o final do atual mandato de FHC. O ministro exige a colocação de placas do programa nas obras que inaugura ou fiscaliza.
"Baixei uma determinação ao DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem). Se não tiver placa, não paguem", afirmou o ministro à Folha.
O governador Eduardo Azeredo (MG) não colocou as placas ao longo da rodovia Fernão Dias, que está sendo duplicada.
Desprestigiado, perdeu a chefia regional do DNER para um afilhado político do prefeito Newton Cardoso (PMDB), pré-candidato ao governo de Minas Gerais.
'Visibilidade'
Logo após assumir o cargo, Padilha foi ao presidente e avisou que viajaria pelo país divulgando o Brasil em Ação. FHC concordou que seria importante "dar visibilidade" às obras do ministério.
As visitas do ministro geralmente se transformam em comícios, com a presença de governadores, deputados e prefeitos. Ao lado do governador Tasso Jereissati (CE), Padilha discursou para 10 mil pessoas na praça central de Fortaleza, no dia 16 de junho.
Em Curvelo (MG), no dia 4 de julho, Padilha e FHC entregaram mais um trecho de 25 km da Fernão Dias e participaram de um comício para 10 mil pessoas.
No dia 12 de junho, 5.000 pessoas ouviram o discurso do ministro em Camboriú (SC). Padilha participou de programas diversificados, como uma palestra na ESG (Escola Superior de Guerra) e a abertura da 8ª Festa do Caminhoneiro em Guarulhos (SP), com a presença de 4.000 caminhoneiros.
Além de colocar as realizações do ministério na Internet, participa de programas populares na rádio Nacional, como o "BR-Caminhoneiro", às 5h, e o "Eu de cá, você de lá", às 21h. Mantém sempre o estilo marqueteiro.
Numa visita ao Rio Grande do Sul, assustou os engenheiros ao vistoriar obras da BR-386. Pediu uma picareta para abrir a estrada e conferir se a camada de asfalto tinha mesmo oito centímetros. O gesto foi praticado pelo ex-presidente Jânio Quadros.
Em nome de FHC
A Folha acompanhou Padilha a visitas ao Rio Grande do Sul e ao Rio. Em Estrela (RS), o ministro avisou: "Aqui venho em nome e na representação do governo Fernando Henrique Cardoso".
Num palanque de 60 m², na beira da BR-386, apresentou o "Brasil em Ação", destacando que só o "corredor do Mercosul" (ligação rodoviária do Rio de Janeiro a Porto Alegre) receberá R$ 3,5 bilhões em investimentos.
"Este é o plano de ação do governo Fernando Henrique Cardoso. Venho aqui num ato que é rotina hoje no governo. Viajo ao menos duas vezes por semana para algum Estado, lançando duplicações, inaugurando uma ponte, um novo trecho", disse o ministro.
Em Lageado (RS), num churrasco para 170 pessoas, foi homenageado por deputados, prefeitos, vereadores e empresários de 30 municípios do Vale do Taquari.
Em visita à estrada Rio-Teresópolis, posou para os fotógrafos ao lado de um painel luminoso com as palavras "Brasil em Ação".
Além do painel (no qual as mensagens mudam), a assessoria do ministro pediu a instalação de placas fixas ao longo da estrada anunciando o programa de FHC.

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