São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997
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Comércio fatura 20% menos em agosto

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O comércio paulista faturou nos dez primeiros dias deste mês entre 15% e 20% menos do que em igual período de 1996, apesar do bom movimento nos dois dias que antecederam o Dia dos Pais.
O movimento de sexta-feira e sábado não foi suficiente para reverter o ritmo fraco de consumo verificado desde o início do mês.
A queda no faturamento das lojas foi identificada num levantamento da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP) com cerca de 90 grandes redes localizadas na região metropolitana de São Paulo.
Esses mesmos lojistas previam, no meio da semana passada, um faturamento 6% menor para o período. A alta inadimplência, o comprometimento da renda e o rigor das lojas para liberar o crédito explicam esse resultado.
As lojas localizadas na ruas informaram que o frio também contribuiu para uma venda ruim -sobretudo no sábado. "O resultado de vendas para o Dia dos Pais nos leva a prever um segundo semestre ainda mais fraco do que o esperado", diz Mônica Hage, economista da federação.
A previsão da FCESP para este mês é de um faturamento 18% menor do que o de agosto do ano passado -excluindo as concessionárias de veículos. Na comparação com julho, ainda se espera um crescimento -de 3%- por conta das liquidações.
Nos shoppings, as vendas para o Dia dos Pais aumentaram de 1% a 2% na comparação com igual período de 1996, informa a Alshop, associação que reúne os shopping centers. "É um bom resultado se considerarmos que a economia está estável", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
Ele conta que o grande volume de vendas foi efetuado na sexta-feira e no sábado e que, mesmo assim, boa parte dos lojistas continua com estoques elevados.
Sahyoun diz que a esperança do comércio é a campanha "Liquida São Paulo", que tem início na próxima sexta-feira.
"Vai ser a última oportunidade das lojas -sobretudo de roupas- para desovar os estoques. Os descontos devem chegar a 70%." Nos seus cálculos, os estoques das confecções estão 20% acima do programado para a época.
A Camelo, especializada em roupas masculinas, informa que já conseguiu diminuir um pouco os estoques no final de semana em suas duas lojas de fábrica.
"O frio e a liquidação ajudaram muito as nossas vendas", diz Adriana Camelo, diretora. Segundo ela, o faturamento da Camelo neste mês está 30% acima do registrado em igual período de 1996.
A Richards, rede com 22 lojas no país, também registrou aumento de 30% nas vendas no período, informa Waldyr Tostes, diretor.

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