São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 1997
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Colômbia quer guerra anti-heroína

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Colômbia vai iniciar uma "guerra total contra a heroína", afirmou ontem o diretor nacional da Polícia, Rosso José Serrano.
A prisão do narcotraficante peruano Waldo Simeón Vargas no último final de semana em Bogotá, capital do país, foi "um importante golpe contra a organização dedicada ao comércio da droga", segundo Serrano.
O diretor da Polícia colombiana disse que a luta contra a heroína vai ser mais difícil devido ao fato de ser este um negócio que "envolve lucros fabulosos".
"O tráfico da heroína é muito sofisticado", disse Serrano. Segundo ele, haverá "uma continuação da guerra contra a cocaína, ainda mais sangrenta e perigosa".
Prisão
Waldo Simeón Vargas, 42, também conhecido como "El Ministro", era um dos narcotraficantes mais procurados pela polícia peruana. Ele foi preso após ser delatado por companheiros.
Há 17 anos, Vargas mantinha um centro de operações na zona do Alto Huallaga, 600 km ao noroeste de Lima, capital do Peru. No começo, ele abastecia com pasta de coca os cartéis de Medellín e de Cali, ambos na Colômbia.
Mais tarde, passou a lidar com heroína e se tornou um dos mais importantes chefes dessa modalidade de narcotráfico.
Vargas pode ser condenado à prisão perpétua no Peru, também por sua suposta ligação no país com o grupo terrorista Sendero Luminoso.
A situação legal do narcotraficante dependerá da comprovação de sua verdadeira nacionalidade. Alguns documentos do serviço de inteligência do Peru indicam que ele seria colombiano. Ele teria falsificado documentos para evitar sua extradição ao Peru.
Vargas também estaria associado à guerrilha colombiana Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), maior grupo guerrilheiro da América Latina.
A polícia colombiana estima que haja no país 6.000 hectares cultivados de amapola, base da heroína. Segundo Serrano, a heroína colombiana é mais pura que a produzida pelos países asiáticos, que dominavam o mercado.
O tráfico de heroína faz ingressar por ano na Colômbia cerca de US$ 760 milhões, segundo dados oficiais. O valor é menor que o gerado pela cocaína, cerca US$ 1,6 bilhão, mas é considerado alto, por se tratar de um negócio iniciado há apenas três anos.
Um quilo de cocaína alcança o valor de US$ 30 mil nas principais cidades norte-americanas. A mesma quantidade de heroína é vendida por US$ 180 mil.

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