São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ato vira palanque de FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso transformou a reunião de avaliação do primeiro ano do programa "Brasil em Ação" em um palanque da campanha por sua reeleição.
Durante 40 minutos, FHC falou como se fosse um candidato, enumerando obras bem-sucedidas do programa e insistindo em que a ação do governo não se limita ao combate da inflação.
Aproveitando a imagem do mapa do Brasil projetada em um telão, o presidente se comportou como professor ao apontar as obras de infra-estrutura (hidrovias, ferrovias, rodovias, hidrelétricas, portos) que deverão, segundo ele, atrair investimentos e mudar o Brasil no prazo de cinco a dez anos.
Participaram da reunião os ministros das pastas envolvidas no programa: Fazenda, Planejamento, Saúde, Educação, Trabalho, Política Fundiária, Minas e Energia, Meio Ambiente e Transportes.
Estavam presentes também cerca de cem convidados, entre secretários-executivos, secretários estaduais e gerentes dos projetos do programa "Brasil em Ação".
Ao final do discurso, FHC disse que o mais importante não é o reconhecimento, mas a certeza de que está fazendo o melhor. Afirmou ainda que sua tarefa termina em um ano e meio, sem se referir à possibilidade de reeleição.
Para FHC, o "reconhecimento às vezes vem, às vezes não vem, depende de como seja observado".
Só o presidente falou durante o ato no Palácio do Planalto. Quando terminou seu discurso, levantou-se da mesa dizendo: "Até a próxima".
Placas
Com uma relação de mais de 20 obras a ser inauguradas até o final do mandato, o presidente disse que não está preocupado com o aparecimento de seu nome em placas comemorativas de inaugurações.
"Uma boa parte da obra do governo federal aparece na obra dos governos municipais e estaduais, muitas vezes anonimamente. Não nos preocupa isso. Nós não estamos aqui disputando quem tem nome na placa", afirmou.
FHC destacou que estavam lançadas as bases da retomada do desenvolvimento sem abandonar o controle da inflação.
Segundo ele, o "Brasil em Ação" representa "um conjunto de obras importantes que permitiram que o Brasil jamais beirasse a recessão".
Divulgação
O presidente não disfarçou o aspecto publicitário de seu discurso. Ao contrário, exaltou-o.
"Então, eu acho que, outra vez, aqui é importante que haja a divulgação do que se está fazendo, o registro do que se está fazendo, a discussão do que se está fazendo, mostrar quando os projetos são bem-sucedidos, e assim por diante."
Após ter elogiado diversos projetos do programa "Brasil em Ação", FHC ressaltou também a importância de realizações na área social.

Texto Anterior: Programa gasta R$ 35 mi em publicidade
Próximo Texto: Governo decide derrubar texto do relator
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.