São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997
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Entidades pedem revisão

DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades ligadas ao Comitê Índio Gaudino vão pressionar a Justiça do Distrito Federal para que seja revista a sentença condenatória dos jovens que atearam fogo ao índio.
"Ficamos indignados", afirmou Feitoza. Segundo ele, a promotoria deverá recorrer da sentença junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
"Vamos mobilizar a sociedade e juntar forças para reverter essa sentença"afirmou Feitoza.
Para o secretário do Cimi, a sentença proferida deve "estimular a violência urbana, em função da impunidade".
Feitoza também afirmou que a sentença contribui para o descrédito da Justiça brasileira na comunidade internacional.
Fazem parte do Comitê Índio Gaudino as comissões de Minoria e Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o Cimi e a Capoib (Conselho de Articulação dos Povos Indígenas Brasileiros), entre outras entidades.
O advogado Celso Bastos, ouvido ontem pela Folha, também discordou da sentença.
"Eles deveriam ter sido levados ao Tribunal do Juri", disse.
Para Bastos, deveria ter vencido a tese de que houve dolo (intenção) no ato dos estudantes.
"Não se deve atear fogo em um ser humano sem considerar que isso pode causar a morte", afirmou o advogado.
Para o advogado, a sentença proferida "foi branda".
Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo, Jairo Fonseca, considerou "razoável" a sentença.
"Não se pode imaginar que eles tivessem a intenção de matar", afirmou Fonseca.
Segundo o advogado, "a Justiça não pode se deixar levar pela opinião pública. Eles não eram bandidos, mesmo praticando atos anti-sociais".

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