São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 1997![]() |
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Estabilização de preços se firma
GABRIEL J. DE CARVALHO
O fenômeno da deflação não deve ser confundido com o da desinflação, que é a desaceleração do ritmo de alta dos preços. A queda de preços aumenta, em tese, o poder aquisitivo dos consumidores. O mesmo salário passa a comprar, na média, mais bens e serviços. A deflação tem também seu lado perverso, pois geralmente está associada a situações de desemprego e recessão. Não parece, entretanto, ser o caso do Brasil hoje. Todos reconhecem que o desemprego se agravou nos últimos meses, principalmente na indústria de São Paulo, e constitui hoje um dos maiores desafios do Plano Real. Mas, na média nacional, não atingiu índices alarmantes como os da Argentina -pelo menos por enquanto. A situação da economia também está longe de ser caracterizada como de recessão. Basta uma olhadela nos gráficos sobre atividade no pós-Real. Há mais descentralização e reestruturação, o que pode ser confundido com recessão. Ao que tudo indica, a deflação registrada pela Fipe em São Paulo -e pelo IBGE em 4 entre 11 capitais- é mais resultado da confluência de uma série de fatores, inclusive sazonais, de época do ano, como liquidações de roupa. Acompanhar a série das taxas de inflação em 12 meses, em queda lenta desde o início do Real, e agora no patamar de 5%, mostra melhor o que vem ocorrendo. A estabilização se consolida e, nesse processo, deflações isoladas não serão surpresa. Difícil será o Real, superando o gargalo externo que inibe o crescimento, trazer outras virtudes da inflação baixa. Texto Anterior: São Paulo volta a registrar deflação Próximo Texto: Supermercados vendem menos Índice |
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