São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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ANJ faz balanço da violência e destaca os aperfeiçoamentos

DA SUCURSAL DO RIO

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) divulgou ontem seu primeiro Relatório Anual sobre Liberdade de Imprensa no Brasil.
As principais conclusões são: é grave a impunidade nos crimes contra jornalistas, aumentaram os processos na Justiça contra jornais e existe um esforço geral de aperfeiçoamento editorial.
O relatório foi apresentado na abertura do Congresso Brasileiro de Jornais, no Rio. Para a ANJ, o problema da impunidade é agravado pela falta de vontade política de resolver os crimes.
O documento lista quatro assassinatos de jornalistas ocorridos em 1995 ainda não solucionados.
Nos últimos 12 meses, foram registrados no país 15 casos de censura a órgãos de comunicação e 14 de agressões a jornalistas.
O relatório diz que tem aumentado o número de processos contra jornais, com pedidos de indenizações elevadas, por supostos crimes de calúnia, injúria e difamação.
Mas o documento considera que há plena liberdade de imprensa no Brasil, "por enquanto".
É destacado no relatório o "enorme esforço de aperfeiçoamento e melhoria da qualidade editorial". O esforço inclui programas de redução de erros e serviços de atendimento ao leitor.
No primeiro dia do congresso, o especialista norte-americano em novas mídias Roger Fidler disse que os jornais impressos continuarão a exercer um papel importante, apesar do crescimento dos meios eletrônicos.
Mensagem de FHC
O presidente FHC enviou ontem mensagem ao congresso elogiando a imprensa brasileira. Disse que ela tem sido "severa" ao denunciar "casos de corrupção, abusos de autoridade, atentados contra os direitos humanos e nossos centenários problemas sociais".
FHC disse que a imprensa do Brasil nunca viveu um momento de "tanta criatividade e liberdade". "O exercício desimpedido da função jornalística foi, em nossa história recente, um elemento fundamental, primeiro para a redemocratização e depois para o processo de consolidação da democracia", afirmou o presidente.

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