São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997 |
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Cai taxa de mortalidade infantil em SP
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
A queda é mais significativa no caso paulistano porque, em 1995, a mortalidade infantil havia crescido 0,3% na capital. A taxa passara de 23,39 por 1.000 para 23,46/1.000. No ano passado, a taxa caiu para 21,62/1.000. Isso significa que diminuíram as mortes de crianças com menos de um ano de idade para cada mil nascidos vivos. No Estado, a tendência de redução da mortalidade infantil é mais antiga. Porém, o resultado de 1996 foi o melhor desde a queda de 13,9% ocorrida entre 1990 e 1991. Naquele mesmo ano, a taxa da capital também caiu bastante: 15,8%. Os dados foram obtidos pela Folha na homepage da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) na Internet, a rede mundial de computadores. A diminuição da mortalidade infantil no ano passado na capital paulista coincide com a implantação do PAS (Plano de Atendimento à Saúde), que transformou o atendimento de saúde em um sistema de cooperativas. O bom resultado do ano passado melhorou a média da administração de Paulo Maluf (PPB). Entre 1992 e 1996, seu governo reduziu a mortalidade infantil em 14,3%. É, entretanto, um desempenho inferior ao da administração de Luiza Erundina (PT). O governo petista conseguiu reduzir a mortalidade infantil paulistana em 27,4% -de 34,77/1.000 em 1988, para 25,23/1.000 em 1992. A capital continua com uma taxa de mortalidade infantil inferior às médias estadual (que no ano passado foi de 22,73/1.000) e da região metropolitana (23,83/1.000). No caso da Grande São Paulo, a queda foi menor no ano passado: 5,5%. Isso porque a mortalidade infantil cresceu em alguns dos municípios vizinhos à capital. Em Osasco, por exemplo, o aumento foi de 11,3%. Em Itaquaquecetuba, também no entorno paulistano, a mortalidade infantil aumentou 12,6%. Foi uma das cidades que mais cresceu nesta década no Estado, por conta da migração de moradores pobres de São Paulo. Essa migração para a periferia da região metropolitana piora as condições de vida da população e aumenta o risco de morte para as crianças até um ano. Estudos recentes mostram que a mortalidade infantil é maior para crianças com a mesma renda familiar, mas que moram em casas sem acesso a água encanada e esgoto. Muitas vezes, esse é o caso das cidades do entorno paulistano. A população mais pobre da capital é empurrada para os municípios vizinhos por causa do custo de vida e acaba indo morar em regiões onde a infra-estrutura urbana ainda não foi construída. Os dados do Seade mostram também que diminuiu o número de bebês nascidos mortos. Na capital, a redução da taxa de natimortalidade caiu 18% no ano passado. No Estado, a queda foi um pouco menor: 16%. Texto Anterior: Sheraton faz campanha para ajudar programa Próximo Texto: OAB aponta erros no Plano Diretor de SP Índice |
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