São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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Saques superam os depósitos nos fundos em R$ 2,19 bilhões

FIFs de 60 dias têm o pior resultado; dados são até o dia 8

DA REPORTAGEM LOCAL

A captação líquida dos fundos mútuos de investimento estava negativa neste mês, até o dia 8, tanto no grupo de renda fixa quanto no de renda variável. No total, os saques superavam os depósitos em R$ 2,19 bilhões.
O maior resultado negativo foi registrado pelos FIFs (Fundos de Investimento Financeiro) de 60 dias, com a saída líquida de R$ 985 milhões, conforme os dados mais recentes do Banco Central.
Não chega a assustar, entretanto, porque esses fundos têm o maior patrimônio (R$ 108 bilhões de um total de R$ 149 bilhões) e as empresas costumam concentrar seus saques na primeira quinzena do mês, quando são pagos impostos e salários.
Os fundos carteira livre, que misturam aplicações na Bolsa e na renda fixa, estavam com captação negativa de R$ 398 milhões no acumulado do mês, mas só no dia 8 a saída líquida atingiu R$ 677 milhões.
Esses foram os fundos que mais cresceram no primeiro semestre, mas houve reversão nessa tendência a partir das fortes quedas nas Bolsas, em meados de julho.
A rentabilidade dos fundos carteira livre, invejável no primeiro semestre, foi de apenas 1,44% em julho, na média, quase igual à dos FIFs de renda fixa de 60 dias.
A queda da Bolsa afetou de forma diferente a performance de fundos que operam derivativos (mercados futuros que derivam dos mercados à vista).
O pior desempenho foi registrado pelos fundos mais agressivos da Linear Investimentos, considerada uma das melhores administradoras de recursos nesse mercado, e que presta esse serviço para diversas instituições.
O Linear Tiger, por exemplo, perdeu 18,99% em julho, e o Prosper Linear Gold, 28,45%, segundo levantamento da Checkinvest, distribuidora que tem fundos que aplicam em cotas de outros fundos.
Já outro fundo, o Síntese Derivativos FAQ FIF, ganhou 21,71%. O FAQ Boston Priv. Star rendeu 6,78%; o FIF Boston Star, 6,75%; e o BFB Índice 60 FIF, 5,65%.
Apesar da má performance em julho, o Linear Tiger ainda é a sexta rentabilidade positiva no ano, com 44,31%. O Prosper Linear acumula 24,78%.
Para Fernando Ganme, sócio-diretor da Checkinvest, o mais importante é olhar o acumulado do ano. "Alguns fundos que estão no topo do ranking de 97 já perderam muito em outros meses", disse ele.
No caso de julho, as previsões sobre o comportamento da Bolsa foram decisivas para o resultado de fundos que operam derivativos. Saiu-se mal quem vinha apostando na alta (os "comprados") e, também, quem zerou posições sem contar com a recuperação do Ibovespa no final do mês.

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