São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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Paquistão pede paz com a Índia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Paquistão celebrou ontem os 50 anos de sua independência, em meio a apelos de paz com a vizinha Índia e conflitos alimentados por diferenças étnicas.
Duas pessoas foram mortas e diversas feridas em um tiroteio ocorrido durante tumulto em Karachi (sul) após o premiê Nawaz Sharif ter falado a uma multidão de 20 mil pessoas. A manifestação ocorreu junto ao mausoléu de Ali Jinnah, fundador do Estado paquistanês.
As celebrações no Paquistão ocorreram um dia antes das previstas na rival Índia -os dois países, que estiveram unidos sob o domínio britânico, surgiram nos dias 14 e 15 de agosto de 1947, respectivamente.
Enquanto os indianos se preparavam para as festas de hoje, a explosão de uma bomba, supostamente plantada por separatistas, em um trem no nordeste da Índia, matou sete pessoas.
No majoritariamente islâmico Paquistão, Sharif pediu a paz com a Índia e o fim das disputas sobre a Caxemira (noroeste indiano). "Eu espero que a Índia retire suas forças da Caxemira."
O premiê havia dito horas antes aos deputados que o país continuaria a dar apoio moral aos separatistas da região de maioria muçulmana. Ontem, ativistas islâmicos exibiram bandeiras do Paquistão em Srinagar, a capital do Estado indiano de Jammu e Caxemira.
O Paquistão nega as acusações feitas pela Índia (de maioria hindu) de que dá suporte material aos separatistas da região.
Não houve reação da Índia aos apelos de paz, mas o governo de Nova Déli tem acusado o Paquistão de desenvolver ogivas nucleares e estacionar mísseis perto da fronteira. Ontem, o governo acusou a China de ajudar o programa nuclear paquistanês.
A Índia e o Paquistão estiveram em guerra por três vezes. Recentes movimentos de aproximação (negociações de paz foram iniciadas em março) ocorrem em meio a constantes acusações mútuas.
Celebrações na Índia
As comemorações da independência indiana, iniciadas há alguns dias, se intensificaram ontem. Na Vijay Chowk (praça da Vitória, em Nova Déli), um show de fogos de artifícios reuniu uma multidão a 100 metros do Parlamento, onde líderes políticos do país se reuniram para homenagear os heróis da independência.
Milhares de pessoas se juntaram em uma "marcha pela nação", que terminou na frente do palácio presidencial, no monte Raisina, na capital.

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