São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 1997
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Greve geral fracassa na Argentina

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

A greve geral marcada para ontem na Argentina e organizada por centrais sindicais de oposição ao presidente Carlos Menem não conseguiu paralisar o país. Houve incidentes envolvendo manifestantes que tentaram interromper rodovias e que foram reprimidos pela polícia. A greve geral de ontem foi considerada a mais violenta já realizada no país.
Os principais incidentes ocorreram em La Plata, capital da Província de Buenos Aires -a maior do país- e a 57 quilômetros da cidade de Buenos Aires. Na capital do país, a adesão foi parcial.
Em La Plata, integrantes do grupo esquerdista Quebracho que interromperam vias de acesso à cidade foram perseguidos pela polícia provincial, que usou balas de plástico e bombas de gás lacrimogêneo. Várias pessoas foram detidas.
Em Buenos Aires, a residência do presidente Carlos Menem passou o dia com um esquema especial de segurança. Os grevistas fizeram um "panelaço" em frente à residência presidencial de Olivos.
Essa é a sétima greve geral contra Menem, que preside o país desde 1989. As centrais sindicais reclamam contra o desemprego (16,1%) e contra o projeto de flexibilização trabalhista enviado ao Congresso pelo governo.
Ligada politicamente ao governo Menem, a CGT -maior central sindical do país- não aderiu ao movimento.
As centrais CTA e MTA não divulgaram um percentual nacional de adesão à greve, mas informaram que o movimento foi mais forte nas Províncias de Tucumã, Neuquén, Rio Negro e Jujuy -que estão entre as mais pobres do país.
Em Buenos Aires, eles estimaram uma paralisação de 100% nas escolas públicas e de 90% nos transportes coletivos. Mas, segundo o governo municipal, a greve nas linhas de metrô e de ônibus não superou os 70%. A greve também atingiu o Poder Judiciário, mas não afetou o comércio, o setor bancário e os hospitais.
Para o secretário Geral da Presidência, Alberto Kohan, a greve "não resolve os problemas dos trabalhadores, porque não apresenta propostas concretas". O presidente Menem não se manifestou sobre a paralisação.

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