São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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FHC apóia campanha com dinheiro público

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem que a lei eleitoral estipule que os gastos de campanha sejam financiados pelo Tesouro e não pela iniciativa privada. Afirmou ser "mais otimista" do que o ministro Antonio Kandir (Planejamento), responsável pelo controle do Orçamento e contrário à idéia.
"Sou mais otimista do que o ministro Kandir. Se for necessário, a gente pede ao povo um pouquinho mais", declarou o presidente. Nem ele nem a assessoria de imprensa presente explicaram se esse "pouquinho mais" significava aumentar ou criar um novo imposto.
Na opinião do presidente da República, o uso de dinheiro público e privado no financiamento de campanhas "não seria justo" e afirmou firmou que o dever dos candidatos "é tentar gastar menos".
O presidente abriu ontem a campanha de multivacinação no bairro Vila Planalto (a 2 km do Palácio do Planalto). O serviço de segurança da Presidência anunciou a presença de FHC na campanha sexta-feira à noite, mas só divulgou o local ontem pela manhã com medo de manifestações.
FHC negou que a participação na abertura da multivacinação, em geral a cargo do ministro da Saúde, tenha sido um ato de campanha eleitoral. Questionado, disse: "Primeiro, vamos trabalhar, depois a gente conversa". Na conversa, pediu uma lei eleitoral "clara" para as eleições de 98.
Refutando a idéia de que estaria em campanha pela reeleição, perguntou a um repórter: "Você acha que alguém se elege presidente da República porque está inaugurando obras?". Nas duas últimas semanas ele inaugurou a pedra fundamental de uma montadora, na Bahia, visitou obras de uma ponte não-concluída em Mato Grosso e fez reuniões de avaliação do programa "Brasil em Ação".
O presidente não quis comentar a informação publicada ontem de que o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) utilizaria cinco funcionários do gabinete de seu suplente, Pedro Ives (PMDB-SP).
Ao ouvir pergunta sobre o tema, FHC olhou para um dos seus assessores, que fez sinal negativo com a cabeça. FHC disse, então, que não tinha lido os jornais.
O presidente vacinou duas crianças, a menina Paloma Ingrid da Silva, 4, e o menino Lucas Barbosa, 2, que ameaçou chorar. Em São Paulo, os postos de saúde da periferia da capital registraram fila para a vacinação. A espera variou de 30min a 1h nas unidades de saúde de Pirituba e Vila Ramos.

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