São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cigarro britânico ficará 5% mais caro

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

O Reino Unido, que já tem um dos cigarros mais caros do mundo, vai aumentar ainda mais a taxação sobre o produto. Um maço, que custa em média 3,12 libras (R$ 5,20), terá em 1º de dezembro aumento de 5%.
O país vem há vários anos adotando uma política de aumento de impostos para inibir o consumo. Até o ano passado, a determinação oficial era subir o preço 3% ao ano. Segundo o Ministério da Saúde, as taxas correspondem hoje a 80% do valor cobrado por um maço.
O ministério baseia sua estratégia em pesquisas que indicam que um aumento de 10% no preço do cigarro implica queda de consumo entre 3% e 6%.
No total, o governo consegue arrecadar US$ 13,9 bilhões por ano com impostos sobre cigarros.
A arrecadação supera várias vezes o custo anual estimado para o sistema público de saúde em consequência de problemas causados pelo fumo -US$ 1 bilhão.
Estima-se que o cigarro seja o motivo principal ou contribua para a causa de 120 mil mortes por ano no país. Segundo números do Ministério da Saúde, 28% dos homens e 25% das mulheres maiores de 16 anos, considerados adultos, fumam no Reino Unido.
O país possui também uma das legislações mais restritivas quanto à publicidade de cigarros.
Anúncios são proibidos em rádio, cinema e TV. Se veiculada na mídia impressa ou em outdoors, os únicos meios permitidos, 20% do espaço total da propaganda tem de ser dedicado à tarja que adverte sobre os riscos do fumo.
A mesma regra vale quando um fabricante de cigarros é o patrocinador de algum evento cultural, por exemplo. Nenhum anúncio pode ligar o tabaco à juventude ou a um estilo de vida saudável.
Se houver pessoas no anúncio, no máximo metade delas pode estar segurando cigarros, e nenhuma delas pode estar com o produto na boca. As limitações são tantas que a maioria dos fabricantes opta por anúncios que não trazem imagens de pessoas. Antes de ser veiculado, cada anúncio de cigarro é submetido à autoridade de padrões de propaganda.

Texto Anterior: No Ceará, estudante aceita pagar
Próximo Texto: De 91 a 96, preço na França subiu 96%
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.