São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Criança de classe média tem 'fome oculta'

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Crianças e adolescentes da classe média paulistana têm deficiência de ferro, vitamina A e cálcio. É o que mostra pesquisa feita com 316 alunos do Colégio Arquidiocesano (zona sudoeste de São Paulo).
O estudo analisou a alimentação de alunos de 10 a 19 anos durante o ano passado. Grande parte das meninas (50%) e dos meninos (64%) não consumiu quantidade suficiente de vitamina A.
O mesmo problema foi observado no cálcio: 70% das alunas e 60% dos alunos também ingeriram quantidades inadequadas da substância. A maior deficiência de ferro, no entanto, foi observada nas meninas. 42% precisavam de mais ferro, e apenas 9% dos meninos ficaram abaixo da marca desejada.
A falta dessas substâncias pode causar, por exemplo, queda no rendimento escolar. As fontes podem ser alimentos comuns, como feijão e carne (ferro), leite (cálcio) e cenoura (vitamina A).
"O problema nas meninas ainda é maior porque elas comem menos", afirma a nutricionista Cintia Gama, que realizou a pesquisa.
A deficiência de ferro -a mais comum no total das crianças em São Paulo- pode causar ainda anemia. Para resolver o problema chamado de "fome oculta" pela ONU, o Fundo das Nações Unidas para Infância está propondo ao governo que comece a adicionar ferro e vitamina A na farinha.
Há experiências de fortificação de alimentos em vários países, como a do leite nos EUA, a do pão e leite da merenda no Peru ou ainda a do sal na Índia.

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