São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Curso à distância ajuda a formar executivos

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cláudio Betiol, gerente do escritório paulista da Vale do Rio Doce, voltou a estudar aos 44 anos, após passar 22 anos na companhia.
Mas a escola de Betiol -que vai lhe conferir um título de MBA (Master in Business Administration)- é diferente.
Exige cerca de dez horas de estudo por semana, em casa. As dúvidas são tiradas pelo correio eletrônico, via Internet. Na rede, ele ainda conversa com alunos que estão cursando o MBA no resto do mundo. E somente a cada dois meses ele encontra seu professor ao vivo.
Betiol é um dos alunos do curso de MBA promovido pela Fundação Dom Cabral e conhecido como uma forma de educação à distância. O curso é dividido em módulos presenciais -uma semana em Itu (SP) a cada dois meses-, grande carga de leitura e informações pela Internet.
"O MBA resolve o problema das empresas, que não precisam abrir mão de seus funcionários para que eles estudem", diz Carlos Alberto Arruda, 41, coordenador do curso.
Ou seja, há luz no fim do túnel para aqueles que procuram maior especialização profissional, mas não podem ou não querem deixar o trabalho.
O mestrado de Carlos Alberto Abra, 35, também é à distância, mas por videoconferência. Duas manhãs por semana, ele e mais oito funcionários da Equitel, em Curitiba (PR), assistem a aulas dadas "virtualmente" pela Universidade Federal de Santa Catarina.
"Não é fácil estudar e trabalhar ao mesmo tempo. O volume de trabalho continua o mesmo e é preciso estudar cerca de oito horas por semana, além das quatro horas de aula", diz Abra, cuja empresa investe cerca de 1% de seu faturamento no treinamento de seus profissionais.
A grande carga de trabalhos e leituras traz conhecimento, de um lado, mas é o principal fator de desistência, do outro.
Luiz Grossmann, engenheiro agrônomo, estudou durante três anos na virtual International School of Information Manager. Começou em 89, já pela Internet, e parou no início da década de 90.
"Não terminei o mestrado devido à alta carga de estudo exigida", diz Grossmann, que atualmente trabalha com formas de educação à distância por CR-ROMs -ele reproduz em tempo real cursos e seminários, que servem para a especialização de profissionais.
E por especialização à distância entenda-se não só mestrados, mas cursos técnicos e até aulas de inglês e de programas de computador.

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