São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Planetas sobrevivem

DA "NEW SCIENTIST"

As Nuvens de Magalhães Grande e Pequena distam de nós respectivamente 160 mil anos-luz e 190 mil anos-luz e abrigam bilhões de estrelas. A distâncias maiores estão as oito outras galáxias que orbitam a Via Láctea, mas suas estrelas são contadas em apenas milhões.
Como a ex-galáxia na direção da constelação de Sagitário, essas galáxias são chamadas de esferoidais anãs. São extremamente obscuras, difusas e delicadas, porque suas estrelas se encontram muito espalhadas. Elas possuem pouco ou nenhum gás, a matéria-prima das estrelas em formação. Desse modo, elas têm poucas chances de originar novas estrelas.
A mais obscura das esferoidais anãs emite menos luz do que a estrela mais luminosa da Via Láctea. Quanto mais próximas elas estão da nossa galáxia, mais velhas tendem a ser suas estrelas -outro indício do poder da Via Láctea.
As duas esferoidais anãs mais próximas são as galáxias nas direções das constelações Ursa Menor e Dragão, a cerca de 220 mil anos-luz da Via Láctea. Elas possuem estrelas antigas, sugerindo que a Via Láctea tenha roubado seu gás há muito tempo, impedindo a formação de mais estrelas.
Em contraste com isso, algumas das esferoidais anãs mais distantes puderam formar estrelas ainda há apenas alguns bilhões de anos. Uma galáxia na direção de Leão 1, a mais distante no império da Via Láctea, possui estrelas de apenas 3 bilhões de anos de idade.
A Via Láctea é um exemplo do que acontece com outras galáxias gigantes, como a de Andrômeda, que fica a apenas 2,4 milhões de anos-luz de distância da nossa. Ela pode muito bem ter "jantado" algumas de suas vizinhas.
A Via Láctea é uma canibal gentil. Nenhuma das sua estrelas vai colidir com as das galáxias por ela despedaçadas, porque se encontram muito espalhadas. Elas vão continuar a brilhar, e os planetas que possam ter vão continuar em suas órbitas. Talvez haja placas nas fronteiras de nossa galáxia, dizendo: "Bem-vindos à Via Láctea. É uma galáxia que arrasa!"

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