São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Grupos em ação

ANDRÉ FISCHER

Por que cidades como Salvador, Rio e Curitiba têm grupos ativistas mais atuantes do que os de São Paulo, a capital gay da América Latina? Se existe uma cena tão ativa, que se manifesta nas dezenas de bares e boates espalhados pela cidade, por que gays e lésbicas paulistanos não têm uma participação visível como nas partes do mundo que valem a pena?
Insatisfeitas com essa situação, novas entidades estão surgindo para responder a necessidades específicas e tentar inserir São Paulo no mapa do movimento mundial.
Os membros do Grupo Ação, que será lançado em festa na Tunnel na próxima sexta, pretendem focar suas ações na denúncia de casos de homofobia, promover campanhas de conscientização e promover eventos culturais GLS. Para isso, contam com uma equipe de advogados e agitadores que querem dar um novo gás ao movimento na cidade.
O único pré-requisito para participar do Ação é não ter medo de se assumir publicamente. "Se nós queremos ter visibilidade, temos de aparecer. Qual o sentido de um grupo gay em que os membros se escondem?", questiona André Fonseca, um dos fundadores da associação.
No mês passado, foi formado o Dudu Adé, primeiro coletivo de homossexuais afro-brasileiros (sic), que pretende lutar pela construção da auto-estima dessa comunidade duplamente discriminada. O grupo se propõe a servir como a primeira referência de informações sobre homossexualidade negra no Brasil e na África, desenvolver um trabalho separado do movimento negro e, como o oriental Long Yang Club, estar aberto para simpatizantes de outras etnias.

Grupo Ação: tel. 895-5889. E-mail: emacao@uol.com.br. Festa de lançamento: dia 22/8, na Tunnel, r. dos Ingleses, 355, Bela Vista, região central. Dudu Adé: tel. 270-9812. Encontros aos sábados às 15h. Al. Barros, 86/2b, Santa Cecília, região central.

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