São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Segurança do veículo é fator importante

DA REPORTAGEM LOCAL

A segurança oferecida aos clientes pode ser o calcanhar-de-aquiles das empresas de serviços terceirizados de manobristas.
Para ganhar espaço nesse setor, é preciso ser eficaz na tarefa de cuidar do carro alheio. Isso significa um investimento numa equipe de seguranças e, principalmente, numa apólice de seguro.
Os seguranças vigiam carros estacionados nas ruas quando o estacionamento fica lotado, por exemplo. Mas essa é a menor barreira para quem planeja abrir um negócio do gênero. A mais complicada fica mesmo por conta dos seguros específicos para "valet".
"Muitas seguradoras só fecham acordo com empresas que têm experiência no ramo", afirma Adilson Neri Pereira, 38, gerente da seguradora Porto Seguro.
Outra restrição diz respeito aos custos. A empresa de manobristas precisará pagar entre 10% e 16% da importância segurada.
O valor recolhido -chamado prêmio ou depósito- é calculado antes de cada evento em que empresa de manobristas atua.
Para uma frota de 30 veículos em uma festa, a empresa precisará contar com uma apólice de R$ 300 mil e um depósito de R$ 30 mil, em média. "A empresa precisa ter estrutura para operar. Caso contrário, terá de contar só com a sorte."
Segundo Pereira, a procura por seguros especiais para serviços de manobristas tem crescido, "mas ainda é modesta". Ele diz que 60% das empresas que buscam uma apólice escolhem a mais simples, que cobre só incêndio e roubo.
A JR Parking faz parte da parcela que optou por um plano com cobertura total. "É mais caro, só que dá mais segurança para trabalhar", afirma Luiz Fernando Junqueira, 40, sócio.
Segundo ele, o custo do seguro responde por 40% do preço cobrado pelo serviço, que chega a R$ 20 por veículo, para uma festa particular à noite.
A empresa também precisa se comprometer a utilizar estacionamentos. A seguradora só paga pelo dano ocorrido na rua se o problema foi no trajeto percorrido.
"Só aceitamos operações em vias públicas, quando as áreas usadas forem bolsões de estacionamento, como os criados pela CET em dias de grandes shows", diz Pereira, da Porto Seguro.
As empresas de "valet service" também não podem estacionar os carros na rua, no caso de cobrança feita diretamente ao dono do veículo, sem a intermediação do restaurante ou da casa noturna.

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