São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1997
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Carro não adaptado pode gerar problemas

HENRIQUE SKUJIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Comprar um veículo importado não "tropicalizado" pode causar uma série de transtornos.
O mecânico Augusto Passadore cita o caso de um cliente que importou por conta própria, via porto de Santos (SP), uma Chevrolet Silverado. "Quando ele estava subindo a serra, em direção à capital, três velas derreteram por causa da gasolina", diz Passadore.
O empresário Isaac Rosan teve um problema semelhante. O motor de sua van Nissan Quest começou a falhar e, após algumas semanas, "praticamente não andava".
Segundo o mecânico Luiz Yoshimura, "o problema estava no bico injetor, que queimou devido à gasolina brasileira".
O problema do Mercedes-Benz comprado pelo dentista Carlos Barone de um importador independente foi na suspensão.
Como o carro era muito baixo, Barone procurou uma concessionária autorizada, que trocou alguns componentes da suspensão, aumentando a altura do carro. Hoje, Barone é proprietário de um BMW 325i, também comprado de um importador independente. "Estou enfrentando os mesmos problemas", diz o dentista.
Descobrir se o carro importado usado foi trazido por um importador independente não é fácil. O comprador deve solicitar uma declaração de importação que contenha o nome do importador.
Além disso, alguns detalhes, como o manual em língua estrangeira e o velocímetro em milhas (e não em quilômetros), podem apontar a falta de "tropicalização". Outro caminho é consultar revendas autorizadas que, por meio do motor, do acabamento e até do suporte da placa, saberão informar a procedência do carro.
O mecânico Luiz Yoshimura garante que mesmo alguns carros trazidos por importadores oficiais podem apresentar problemas: "Há vários casos de carros franceses (Renault, Peugeot e Citroën) com problemas na bomba de gasolina e no regulador de pressão".
O Citroën ZX 16V da pedagoga Rita Veronesi é um exemplo. "O carro demorava para pegar, ficava com cheiro de gasolina e não era econômico", diz Rita. No mecânico, Rita descobriu que as borrachas que entram em contato com o combustível tinham derretido.
Rell Rui Zika também enfrentou problemas com seu Nissan Pathfinder: "O carro falhava constantemente". O mecânico Raul Issao Endo, que consertou o Pathfinder, disse que os bicos da injeção eletrônica haviam queimado.
(HS)

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