São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 1997
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Para general, sem-terra têm "outros objetivos"

Alberto Cardoso diz que meta do MST não é reforma agrária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O chefe da Casa Militar da Presidência da República, general Alberto Cardoso, condenou ontem a ameaça do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de invadir agências bancárias e a movimentação de sem-terra na região de fronteira com o Uruguai.
"Cada vez mais a liderança (dos sem-terra) demonstra que o objetivo não é a reforma agrária. Eles têm outros objetivos políticos", afirmou o general.
Cardoso disse que o governo federal não vai enviar tropas do Exército para garantir a segurança nos Estados com conflitos de terra. Um dos locais de conflito é o Pontal do Paranapanema (SP).
"Até agora, os governadores estão conduzindo o problema, não pediram o apoio do Exército, e o presidente (Fernando Henrique Cardoso) acha que não é a hora nem virá a ser a hora de empregar o Exército", afirmou o general.
Sobre a preocupação de militares uruguaios com a movimentação do MST na região de fronteira com o Brasil, Cardoso disse que a situação está sob controle.
O problema, segundo o general, está concentrado na área do Rincão de Artírias (RS), dentro do território nacional. Cardoso afirmou ainda que os sem-terra "não estão avançando" na região.
"Oficialmente, não chegou nenhum pedido do governo do Uruguai (sobre o problema)."
Elogios Cardoso participou ontem, no Palácio do Planalto, da solenidade em que oficiais das Forças Armadas recém-promovidos foram apresentados a FHC.
Em discurso, FHC elogiou a participação das Forças Armadas durante as greves policiais. Em alguns Estados, os militares realizaram tarefas de segurança pública.
O presidente citou as áreas prioritárias de emprego das Forças Armadas, entre elas "o apoio episódico às atividades de segurança pública, como ocorreu ainda recentemente de forma exemplar".
O presidente Fernando Henrique destacou princípios da política de Defesa Nacional, elaborada pelo governo, como rejeição à guerra de conquista, boa relação com outros países e uso da força como recurso de autodefesa.
Fernando Henrique divulgou ontem também mensagem parabenizando os militares pelo Dia do Soldado, comemorado no próximo dia 25 de agosto.
Segundo ele, o "povo" brasileiro vê o soldado com "admiração, respeito e confiança".

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