São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 1997
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Três são mortos em festa de Brasília

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Três pessoas morreram vítimas de homicídio, até a tarde de ontem, na Micarecandanga, o Carnaval fora de época que começou na quinta-feira em Brasília e terminou nesta madrugada.
Dois morreram esfaqueados e um, baleado. Os crimes aconteceram na madrugada de sábado e foram registradas na área conhecida como "pipoca", onde ficam as pessoas que não participam dos blocos oficiais.
Roque Jesus de Souza, 27, desembarcou em Brasília na noite de sexta-feira com a mulher e a filha de 2 anos para visitar parentes. A família vinha de Salvador e resolveu passar na Micarecandanga para ver como era a festa. Por volta de 1h, Souza recebeu uma facada no coração e morreu no hospital.
A segunda vítima foi o menor de idade Edmar Marcelo Silva dos Santos, 15. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória após receber uma facada no tórax e outra no ombro. A polícia não soube informar como ocorreram as facadas. Os autores dos crimes fugiram.
O soldado da Polícia do Exército Expedito Souza Júnior, 20, que estava na festa comemorando seu aniversário na companhia de amigos, foi baleado na nádega quando tentava apartar briga entre um policial e um de seus amigos. Morreu horas depois no hospital.
O policial civil Reinaldo Barros Miranda, 28, está preso acusado do crime.
Após as mortes, o governo do DF decidiu aumentar o policiamento no Eixo Monumental, local onde se realiza a Micarecandanga.
Mais 200 homens da PM foram mobilizados, subindo para 1.100, na noite de sábado, o total de policiais militares envolvidos. O governo diz que não tem responsabilidade sobre o evento.
"É uma festa privada. Se há alguma exigência menor que a necessária, a responsabilidade primeira deve ser atribuída aos promotores", afirmou Swedenberger Barbosa, secretário de governo.
Os crimes aconteceram principalmente na área do Centro de Convenções, onde praticamente não há iluminação. Segundo a PM, somente na noite de sexta para sábado foram registrados ali 12 brigas, 8 esfaqueamentos e 4 pessoas foram baleadas, incluindo as vítimas fatais. Até ontem, haviam sido registrados 16 furtos de veículos.
A Folha ligou para a empresa Monday Monday, promotora do evento. A secretária Riza informou que a pessoa que poderia falar, Sérgio Alves, não estava.

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