São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 1997
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Santos e Vasco mostram que estão no páreo

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

E foi mesmo um belo jogo. Pelo menos, dos 20min do primeiro aos 15min do segundo, quando o Santos, via o quarteto formado por Caíco, Arinelson, Muller e Caio, imprimiu um ritmo vertiginoso de toque de bola e meteu 3 a 0 no Vasco, que havia iniciado a partida mais incisivo, com duas bolas nas traves de Zetti.
Mas, a partir da saída de Ânderson, o Santos retraiu-se, e o Vasco conseguiu chegar ao seu gol, enquanto o jogo declinava, como espetáculo.
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É assim: Denílson, quando não joga nada, absolutamente nada, zero, faz duas ou três jogadas geniais; o menino Fábio Aurélio, que o futuro aguarda de braços abertos, quando joga tudo, simplesmente acerta três passes em cinco. Não cria, não dribla, não remata, apenas cumpre burocraticamente sua função.
Sábado, diante do Atlético-PR, as coisas corriam dessa maneira, 1 a 1 no placar, quando o técnico Dario Pereyra resolveu tirar Denílson para colocar Marcelinho em seu lugar.
Sabe o que aconteceu? Como diria Adoniran Barbosa: nada!
E o São Paulo, que tinha em Denílson, na armação, e na dupla Ari-Dodô, na finalização, tudo, rigorosamente tudo, passou a ser um time que joga como Fábio Aurélio: toca daqui, dali, e sabe o que acontece? Nada.
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Com os três médios fungadores, Felipão não conseguia levar seu Palmeiras avante. Bastou trocar um deles -Marquinhos- pelo garoto Alex, um meia ágil, hábil e incisivo, e, pronto, já levantou sua primeira taça no Parque, sexta.
É bem verdade que ganhou graças ao Flamengo, que, aproveitando-se da saída de Romário, meteu três gols no Valencia.
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E o Real Madrid massacrou o Barcelona de Van Gaal, Ânderson, Rivaldo, Giovanni e cia. Giovanni, que não jogou nada, fez um gol de Pelé. Isto é: daqueles que Pelé fazia uns dois por partida. Rivaldo levou uns dez pontapés, dois socos, e perambulou pela zona cinzenta do campo até o final. E Ânderson (num guento esse chapéuzinho absurdo) saiu como entrou, à socapa.
Mas não foi por isso que o Real meteu 4 a 1 no Barcelona, sábado. Foi, sobretudo, porque é um time mais equilibrado em todos os segmentos, com esse incansável e hábil holandês voador, Seedorf, costurando linha por linha, a partir de sua intermediária.
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Assim como deverá ser bem mais atraente o Campeonato Paulista do ano que vem do que tudo que tem sido feito até agora, tanto no plano nacional quanto no regional.
Por uma simples razão: os grandes só entram na fase em que cada jogo vale realmente alguma coisa. Pena que essa fórmula só valha para ano de Copa do Mundo.
Ah, Farah, Farah, Farah... Faça como deve ser feito, sempre.

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