São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Relator no Senado aponta falta de verba

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso já pode contar com o futuro relator do projeto da lei eleitoral no Senado, Lúcio Alcântara (PSDB-CE), para tentar impedir o financiamento público parcial da próxima campanha.
"Nas próximas eleições, esse financiamento é inviável", disse ontem o senador, embora atribuísse um mérito à idéia: "dar condições de competitividade aos candidatos que não têm dinheiro".
Segundo o senador, o maior obstáculo à proposta aprovada pela Câmara de aumentar para R$ 420 milhões os recursos do Fundo Partidário é a falta de dinheiro nos cofres da União.
"Se não houve dinheiro para garantir a completa informatização das eleições, como vamos encontrar dinheiro para financiar campanhas?", observou o senador.
Alcântara usa os mesmos argumentos do Planalto contra o financiamento público. Além da falta de dinheiro, alega que partidos poderiam ser criados apenas para ter acesso ao financiamento.
O futuro relator sustenta ainda que a proposta é impopular: "A população tem de ser ouvida, precisamos sentir melhor o que a sociedade pensa". Ele disse que ainda não apurou qual é a tendência dos demais senadores no debate da lei eleitoral, que tem de ser votada até o final do mês.
Ontem, o presidente afirmou que é contrário à aplicação de dinheiro público nas campanhas. FHC disse que pretende vetar o dispositivo, caso o Senado não o poupe desse trabalho.
Poucos meses antes das eleições de 89, o então senador Fernando Henrique propôs o financiamento público das campanhas dos candidatos à Presidência da República.
O projeto garantia a aplicação do equivalente, em valores de hoje, a R$ 90 milhões, inclusive mediante a emissão de títulos públicos, mas acabou arquivado.
Na justificativa do projeto, FHC dizia que o financiamento público era um mecanismo para impedir que os candidatos poderosos esmagassem aqueles que não têm acesso ao poder econômico.

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