São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Motorista é acusado de homicídio culposo

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Três adolescentes morreram e outros sete jovens ficaram feridos em um acidente de trânsito ocorrido às 21h45 de anteontem, na ponte Jurubatuba, na avenida Interlagos (zona sul de São Paulo).
Eles estavam em uma picape Corsa preta, placas CGF-2380, de São Paulo, guiada pelo técnico em eletrônica Jaime Batista da Silva Filho, 20, o Jaiminho.
Os três mortos -André Luis Batistioli, 16, Micheli Aparecida dos Santos, 14, e Carina Maria Tamborino de Lima, 13- viajavam irregularmente na caçamba do veículo, onde havia mais quatro jovens.
Jaiminho vai responder por homicídio culposo (sem intenção) e lesões corporais, segundo boletim de ocorrência registrado no 102º DP (Socorro). Ele pode ser acusado ainda por transportar pessoas irregularmente na caçamba.
Os familiares de Jaiminho não quiseram dar entrevistas e disseram que o jovem havia tomado remédios e não poderia falar com a reportagem.
Renata de Oliveira Alves, 18, que viajava dentro da cabine do veículo, com Jaiminho e uma amiga, disse ontem, por meio de uma funcionária do hospital Regional Sul, onde estava internada, que eles voltavam da danceteria Reggae Night.
A estudante, que fraturou o braço, negou que o motorista, que é seu amigo, estivesse participando de racha. Segundo a Polícia Civil, ele teria perdido o controle do carro depois que um Golf branco fechou a picape.
Desgovernado, o carro bateu na mureta de proteção que divide as duas pistas sobre a ponte Jurubatuba, arremessando os passageiros que viajavam na caçamba.
Segundo um segurança da Avon, empresa que tem uma guarita de fiscalização em frente ao local do acidente, a picape trafegava em alta velocidade e bateu na mureta quando ultrapassava outro carro.
Todos os jovens eram vizinhos, moradores de Pedreira e da Vila Emir, na zona sul.
Entre os feridos, a mais grave era a estudante V.P., 13, que viajava na cabine com Renata e Jaiminho.
Ela estava ontem internada na UTI do hospital Alvorada. O estudante D.G., 16, teve fratura na mão e seria operado ainda ontem. P.F.S., 14, também teve o braço quebrado.
Punição
O pai de Micheli Aparecida dos Santos, Jaime Teixeira dos Santos, 36, disse ontem que, apesar de querer ver o motorista da picape "atrás das grades", acha que isso não vai acontecer.
"Nós sabemos que a Justiça no país é fraca", disse ontem Santos, que é ajustador mecânico, mas faz bicos como segurança. Ele estava no trabalho quando soube da morte da filha.

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