São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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Londrinos homenageiam princesa depositando flores, cartões e velas

PAULO HENRIQUE BRAGA; FERNANDO CANZIAN
DE LONDRES

e do enviado especial a Londres
Milhares de ingleses, estrangeiros residentes no Reino Unido e turistas depositaram ontem flores, cartões, bichos de pelúcia, velas e balões coloridos em frente ao palácio de Buckingham e à igreja de Saint James, onde está sendo guardado o caixão com o corpo da princesa Diana.
Saint James fica a apenas alguns metros do palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth 2ª.
Toda a área foi fechada para o tráfico e tomada pela multidão.
Filas para depositar as lembranças deram um ar de romaria em toda essa região central da capital do Reino Unido.
Muitos rezavam. Outros, apenas curiosos, entravam nas filas para ver de perto as lembranças deixadas pela multidão.
Em frente ao palácio de Buckingham, uma área de cerca de 250 metros quadrados ficou tomada pelas lembranças deixadas pelos "súditos" de Diana, princesa de Gales.
"Diana me viu assim e assim vim prestar minha última homenagem", disse J. Garibaldi, 77. Vestido de palhaço, se dizia presidente do "fã clube da princesa Diana".
Garibaldi disse ter conhecido a princesa em 1989 durante um evento em uma clínica para recuperação de drogados no qual estava presente.
Rainha dos corações
Mais à frente, um pequeno grupo agitava damas de copas tiradas de baralhos e cantavam: "Diana, our queen of hearts" (Diana, nossa rainha dos corações -ou copas).
Junto aos ingleses, a maioria mulheres e crianças, era grande a presença de imigrantes indianos, negros e asiáticos.
"Diana era a princesa dos pobres, uma espécie de Robin Hood. Preocupava-se com crianças miseráveis e negros esquecidos na África", disse Son Tong, uma jovem asiática que mora em Londres há oito anos. Ontem, ela trouxe rosas para a frente da igreja de Saint James.
Em meio ao clima de homenagem, também houve demonstrações de hostilidade contra membros da imprensa, que armaram um verdadeiro quartel general em frente ao palácio, com câmeras e tendas.
"Vocês a mataram", chegou a gritar um homem que passava pelo local empurrando uma mulher numa cadeira de rodas. "Urubus", emendou outro acompanhante.
(PAULO HENRIQUE BRAGA e
FERNANDO CANZIAN)

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