São Paulo, terça-feira, 2 de setembro de 1997
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MAIS ESCOLAS, MAS MELHORES

Em declarações à Folha de domingo, o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, defendeu maior liberdade para a abertura de cursos superiores. Diante das críticas previsíveis a tal postura, que costumam visar especialmente as faculdades privadas, o ministro foi objetivo: o problema é que o ensino superior precisa se expandir com qualidade e não com controles burocráticos, aos quais está submetida a maioria das instituições de ensino superior.
Esse seria o melhor dos mundos: mais vagas com excelência no ensino. Mas a realidade, porém, é que só agora começam a ser conhecidas de maneira sistemática, embora parcial, as deficiências dos cursos superiores de graduação, iniciativa, aliás, do próprio ministro. Não se está sugerindo aqui que se elabore um sistema de avaliação perfeito antes de permitir a expansão das faculdades. É preciso na verdade aperfeiçoar rapidamente os exames nacionais de cursos para evitar que a liberalização propugnada pelo ministro propicie uma proliferação ainda maior de escolas de baixo nível.
Ademais, para que tais avaliações tenham efeito prático, as "notas" que as escolas venham a receber devem servir de medida para a ação fiscalizadora do governo: abaixo de certo patamar, as instituições de ensino seriam obrigadas a tomar medidas para melhorar sua qualificação, dentro de um certo prazo, sob pena de fechamento. É bom frisar que o exame de escolas deveria ser de fato transparente, além de ter presente que há suspeita sobre a politização do credenciamento de faculdades. O ministro, pois, parece estar se propondo duas grandes tarefas: oferecer mais vagas no ensino superior e, ao mesmo tempo, criar um eficiente sistema global de avaliação. Se conseguir, estará de parabéns.

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