São Paulo, quarta-feira, 3 de setembro de 1997
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Maradona não comparece ao tribunal e chora em entrevista

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

Um dia depois de chorar em uma entrevista a um programa da TV argentina, o meia Diego Maradona não compareceu ontem ao Tribunal de Disciplina Desportiva da AFA (Associação Argentina de Futebol), que irá julgá-lo pelo terceiro caso de doping de sua carreira.
O consumo de cocaína foi apontado como a possível causa do resultado positivo no teste antidoping realizado após um jogo do Boca Juniors, há dois domingos.
A contraprova feita nas amostras de urina do jogador será divulgada na tarde de hoje. O teste será feito pela Faculdade de Bioquímica da Universidade de Buenos Aires. A nova data para o julgamento de Maradona será marcada amanhã.
Mesmo não comparecendo no Tribunal de Disciplina Desportiva da AFA, a entidade denunciou o jogador à Justiça por "consumo de substâncias proibidas".
A pena que poderá ser aplicada pela AFA varia de um a cinco anos de suspensão, o que poderia significar o fim da carreira de Maradona como jogador profissional.
Maradona deu depoimento ao programa "Fenômeno Real". Aos prantos, admitiu consumir cocaína ao dizer que não está conseguindo "lutar" contra o vício.
"Muitos querem me dar uma arma para que eu me mate", disse, denunciando ser perseguido.
O jogador não desmentiu nem confirmou ter consumido cocaína antes do jogo do Boca contra o Argentino Juniors (o Boca ganhou de 2 a 0, com um gol de Maradona).
Os advogados contratados por Maradona para o defender vão procurar anular o teste antidoping feito pela Universidade de Buenos Aires, a pedido da AFA.
Eles pretendem argumentar que o jogador vem sendo "monitorado" pelo clube e que os testes realizados no domingo pela manhã não apontaram o consumo de qualquer substância proibida.

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