São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997
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Delegado da PF mata ladrão nos Jardins

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado da PF (Polícia Federal) Antônio Carlos Camilo Linhares, 34, matou com um tiro no peito um homem que estaria tentando assaltá-lo com uma arma de brinquedo ontem, às 17h30, na rua Joaquim Eugênio de Lima, nos Jardins (zona sudoeste).
O delegado tinha ido visitar a filha de 3 anos em um hospital e voltava para o prédio da Divisão de Crimes Fazendários da PF quando parou sua picape Blazer no semáforo da Joaquim Eugênio de Lima com a alameda Santos.
Segundo ele, nesse momento, o ladrão se aproximou de sua janela e bateu com uma arma no vidro, anunciando o assalto. "Foi tudo muito rápido. Ao ouvi-lo dizer que era um assalto, saquei instantaneamente minha arma e atirei", afirmou Linhares.
A bala estourou o vidro da Blazer e acertou o peito do suposto ladrão. O delegado afirmou que, baleado, o homem se afastou de seu carro e caminhou alguns metros até cair na calçada dos bares da Joaquim Eugênio de Lima.
"Um outro homem estava acompanhando o ladrão. Ele foi atrás do companheiro e, após vê-lo caído, saiu correndo em direção à avenida Paulista", disse.
Linhares afirmou que desceu da Blazer e ajudou o Resgate do Corpo de Bombeiros a socorrer o homem, que foi levado ao Hospital das Clínicas. Ao entrar no hospital, o baleado se identificou como João e disse que tinha 32 anos.
Essas são as únicas informações sobre a identidade do homem morto. Segundo o 78º DP (Jardins), ele foi reconhecido por comerciantes do quarteirão como sendo o homem que era conhecido pelo apelido de "Dedo Mole" e que pertenceria a um grupo que rouba no semáforos dos Jardins.
A Polícia Civil apreendeu a arma do delegado -uma pistola calibre 380, semelhante ao calibre 9 mm- e o brinquedo do morto, réplica de uma pistola calibre 380.
"Não houve tempo para perceber que a arma era de brinquedo. Naquele momento, eu estava defendendo a minha vida", afirmou o delegado Linhares.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar uma "tentativa de roubo seguida de morte". O 78º DP irá convocar testemunhas do caso para depor e, só então, irá definir a situação do delegado.
Segundo o delegado Carlos Negreiros do Amaral, titular do 78º DP, foram tiradas as impressões digitais do morto para identificá-lo.

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