São Paulo, quinta-feira, 4 de setembro de 1997 |
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Poupança poderá ter juro abaixo de 0,5% Medida não é para já e depende da inflação DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O Banco Central estuda a possibilidade de reduzir a taxa de juros da caderneta de poupança, hoje fixada em 0,5% ao mês. Mas, se adotada, a medida será gradual e a médio e longo prazos.O objetivo seria reduzir os custos dos financiamentos habitacionais feitos com recursos da poupança. Para reduzir as taxas, é preciso aprovação do Congresso. O diretor de Normas do BC, Sérgio Darcy, disse que "há uma preocupação do governo com relação à remuneração da taxa de juros da poupança". Darcy, que tomou posse ontem -junto com Demóstenes Pinho, este como diretor de Assuntos Internacionais-, disse que ainda não há decisão sobre o assunto. Embora tenha confirmado a preocupação do governo, Darcy disse que não há estudos sobre o tema. A Folha apurou, porém, que o tema já foi discutido por técnicos do BC e dos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Darcy afirmou que o ex-presidente do BC Gustavo Loyola já havia manifestado preocupações com os juros de 6% ao ano pagos pelas cadernetas de poupança numa economia com inflação inferior a esse patamar. "É preciso fazer uma análise da remuneração, comparando com os níveis de inflação. É preciso buscar uma redução dos custos para os mutuários", disse Darcy. Hoje, o saldo da caderneta de poupança é corrigido pela TR (Taxa Referencial) mais juros de 0,5% mensais, ou 6,17% ao ano. O raciocínio das pessoas no governo que estão discutindo o assunto é que a inflação média do Brasil em 1998 deverá ficar abaixo de 6% e com tendência de queda nos próximos anos. Nesse cenário, há espaço para discutir com o Congresso Nacional e com a sociedade uma remuneração menor para a caderneta de poupança. Juros de 6% ao ano são considerados elevados quando comparados com a remuneração paga aos poupadores dos países com inflação baixa e estabilizada. Nos EUA, é juro de título público de 30 anos. Consórcios Darcy disse também que os prazos de duração dos grupos de consórcios de automóveis e eletrônicos podem ser liberados até o final deste ano. Junto com a mudança deve vir a regulamentação do Fundo Garantidor de Consórcios. Hoje, os grupos de automóveis têm duração mínima de 50 meses e máxima de 60. Os de eletroeletrônicos podem durar até 36 meses. Texto Anterior: A nova missão da CVM Próximo Texto: Consórcios poderão ter os prazos liberados Índice |
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