São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Sem-terra invadem sede do Incra no Rio
DA SUCURSAL DO RIO Um grupo de 180 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) invadiu ontem a sede da Superintendência Regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), no centro do Rio.O objetivo dos sem-terra era forçar uma audiência com o superintendente do órgão no Rio, Fernando Scotti, e cobrar pressa no assentamento de 700 famílias em três fazendas invadidas no Estado. Uma comissão de líderes regionais foi recebida por Scotti. O superintendente do Incra no Rio disse que os processos estão seguindo o trâmite normal e que, na semana que vem, será desapropriada a fazenda São João, em Campos (a 280 km do Rio). Segundo Scotti, 60 famílias serão assentadas até o fim do mês na fazenda do Salto, em Barra Mansa (a 160 km do Rio), já desapropriada. A terceira fazenda ocupada, em Silva Jardim, já foi desapropriada, mas é área de litígio entre o Incra e fazendeiros locais. Os sem-terra chegaram de surpresa à frente do prédio do Incra. Um funcionário impediu que eles usassem o elevador. Cantando e carregando bandeiras, os manifestantes subiram 16 andares de escada até a sala do superintendente. Scotti disse que não adianta cobrar pressa. "O relógio do MST é diferente do relógio do governo". À tarde, os sem-terra foram até o prédio da Justiça Federal para entregar petições pedindo o afastamento do juiz encarregado dos processos. A Polícia Militar impediu a entrada. Também ontem, a Câmara de Vereadores do Rio concedeu ao líder sem-terra José Rainha Júnior a medalha Pedro Ernesto. Cartão vermelho O presidente da CPT (Comissão Pastoral da Terra), d. Tomás Balduíno, disse ontem que o governo Fernando Henrique Cardoso receberá um "cartão vermelho" (sinal de expulsão no futebol) no "Grito dos Excluídos", manifestação planejada para amanhã, porque "cuidou mais do mercado, da moeda, em detrimento das expectativas sociais". "Como professor, ele (FHC) recebe nota dez; como executor, cartão vermelho", afirmou. Texto Anterior: FHC não fugiu de protesto, diz ministro Próximo Texto: Jungmann é homenageado em SP Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |