São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997
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Atuação de grupo confunde

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma das principais dúvidas da polícia de Brasília é se o sequestro de Cleucy Estevão foi uma ação de amadores ou de profissionais. O governo do Distrito Federal e o empresário Luiz Estevão acreditam na segunda hipótese.
Para investigadores que atuam no caso, o fato de os criminosos não terem feito contato 12 horas depois do sequestro é um sinal de que são experientes.
Segundo a polícia, faz parte da lógica da "indústria do sequestro" criar um clima de ansiedade na família, que fica mais vulnerável e disposta a pagar o resgate o mais rapidamente possível.
A polícia considerou uma ousadia o fato de o sequestro ter ocorrido na porta de uma escola, com muitas pessoas por perto.
Contrastando com esses indícios de profissionalismo, a polícia apontou sinais de amadorismo:
1) os sequestradores retiraram os capuzes e se deixaram ver de perto por algumas pessoas;
2) um deles fugiu do local com o freio de mão do seu carro acionado, deixando marcas no gramado;
3) ao perceber a chegada da policial militar, eles deram vários tiros. Segundo policiais, essa atitude demonstra despreparo.
A polícia tem retratos falados de três dos quatro sequestradores. Nenhum deles foi divulgado.
Um dos suspeitos tem entre 40 e 45 anos, é claro e foi descrito como sendo "entre forte e gordo", estatura aproximada de 1,65 metro, cabelos castanhos escuros com fios grisalhos e olhos castanhos escuros. Ele trajava camisa estampada colorida e jaqueta de brim preta.
Outro sequestrador foi descrito como um "tipo atlético", de "estrutura entre médio e forte" e "com jeito de segurança". Ele aparenta ter entre 20 e 25 anos, é moreno e tem cabelos escuros curtos.
Poucos sequestros
O secretário de Comunicação do Distrito Federal, Luiz Gonzaga Motta, disse que os sequestro deve ter sido cometido por pessoas de fora de Brasília -cidade onde esse tipo de crime não é frequente.
O governo do Distrito Federal decidiu montar uma megaoperação para tentar solucionar rapidamente o caso e, com isso, afastar criminosos interessados em se instalar na capital federal.

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