São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997 |
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Um guia que vai além das dicas
GABRIEL J. DE CARVALHO
A inflação baixa e previsível permite planejamento, o que antes era impossível. E planejamento é fundamental para quem pretende aplicar bem o seu dinheiro, transformando sobras de final de mês em pecúlio de longo prazo. O livro "Cuidando do seu dinheiro", do economista Victor Zaremba, lançado pela Editora Saraiva, não decepciona como "guia prático para fazer o seu dinheiro crescer e aparecer". Talvez seja um pouco ambicioso nesse apelo de marketing que vem impresso na capa. Guia prático, certamente o livro é. Uma vantagem sobre outras publicações do gênero é sua atualidade. Quando dá exemplos de inflação ou juros, já trabalha com números baixos, da economia pós-Real. Se explica o funcionamento dos fundos ou trata da tributação, as regras são as atuais. Até mesmo a CPMF, que faz diferença na rentabilidade das aplicações e vigora desde 23 de janeiro, é tratada em capítulo à parte. A falha, em capítulos anteriores, é abordar o CDB como alternativa de investimento mais rentável sem citar o impacto negativo do "imposto do cheque" quando há renovação mensal. Se um leitor não avança na leitura, escolhendo apenas alguns capítulos, pode ficar sem as advertências sobre a CPMF -cujo P, ao que parece, passará de Provisória a Permanente. Outra vantagem é a abordagem mais concentrada nas Bolsas de Valores, mercados futuros e fundos de ações. Na renda fixa, existem diferenças entre as várias opções, mas são relativamente pequenas. Apesar da volatilidade atual, há consenso de que o mercado de renda variável tende a crescer no futuro. No "Cuidando do seu dinheiro", são também interessantes os comentários de administradores de quatro fundos de renome sobre a filosofia que adotam na gestão dos recursos de clientes. No final, como apêndice, o livro de Victor Zaremba apresenta tabelas com a rentabilidade dos fundos de ações e de carteira livre em 1994, 1995 e 1996. Apesar de excessivos "n/d" (dados não disponíveis), a listagem é útil. Na escolha de um fundo, é fundamental que o investidor conheça sua performance anterior em pelo menos dois anos seguidos. Texto Anterior: Mercados asiáticos têm forte recuperação Próximo Texto: Plano de idoso não terá aumento extra Índice |
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