São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O teste dos três honrados

O jornalista Augusto Marzagão, que trabalhou com Jânio Quadros, diz que o presidente gostava de contar que tinha um teste praticamente infalível para conhecer as pessoas que nomeava para o governo.
Sério, Jânio perguntava, carregando o sotaque na letra erre:
- O sr. é honrado?
- Sim, presidente - respondia o interlocutor.
Outra vez, mas com ar muito mais sério, repetia:
- O sr. é mesmo honrado, honrado?
- Sim, presidente - era a resposta, agora desconfiada.
E aí, conta Marzagão, Jânio dava o bote final. Ficava quieto por segundos, franzia a testa, esbugalhava os olhos e arrematava, dando a entender que sabia de um podre do interlocutor:
- O sr. é mesmo honrado, honrado, honrado?!!
A resposta vinha invariável:
- Bem, presidente. Quem é que não tem lá os seus pecadinhos, né?!!

Texto Anterior: A síndrome da ameaça inexistente
Próximo Texto: Zunzum é fogo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.