São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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Após pólio, OMS quer erradicar sarampo

Ministério não garante cumprimento da meta

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da erradicação da poliomielite em todo o mundo, prevista para acontecer até o ano 2000, a meta da OMS (Organização Mundial da Saúde) será acabar com o sarampo.
A definição do sarampo como a próxima doença evitável por meio de vacinação a ser eliminada do globo começou a aparecer na última reunião mundial de especialistas sobre o sarampo, que ocorreu no final de agosto em Atlanta, nos Estados Unidos.
Na América, primeiro continente a estabelecer uma meta para a erradicação do sarampo, espera-se que até o ano 2000, a doença não exista mais no continente.
Casos da doença
Neste ano já foram registrados mais de 5.000 casos da doença no continente, a maioria no Brasil, que até o último dia 2 havia computado 4.310 casos.
Alguns especialistas duvidam que a meta possa ser cumprida.
O próprio Ministério da Saúde não garante o cumprimento da meta, embora considere que é possível alcançá-la.
Para Ciro de Quadros, diretor do programa de imunizações da Opas (Organização Panamericana da Saúde, ligada à OMS), a meta é "factível".
Segundo ele, deve acontecer com o sarampo o mesmo que ocorreu com a poliomielite.
As estratégias de imunização das Américas contra a pólio serviram de modelo para todo o mundo.
Segundo os técnicos da OMS, a primeira providência para começar a erradicar o sarampo no mundo é melhorar a vigilância.
"Na maioria dos países, o sarampo é muito mal investigado. Para cada caso notificado, calcula-se que haja até mil outros, conforme o local", diz Quadros.
Pelos cálculos da OMS, o sarampo atinge de 30 milhões a 40 milhões de pessoas e mata 1 milhão em todo o mundo.
Recomendações
As outras recomendações da OMS para erradicar o sarampo são vacinar, todos os anos, pelo menos 95% das crianças e realizar campanhas periódicas para completar a vacinação das crianças que deixaram de ser vacinadas e aquelas em que a vacina não funcionou.
A média mundial da chamada "cobertura vacinal", hoje, é de cerca de 79%.

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