São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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Centro não é opção, diz arquiteto

DA REPORTAGEM LOCAL

A acentuação dos efeitos do aumento da população que vive na periferia provocou um debate sobre qual deve ser a diretriz do novo Plano Diretor de São Paulo: levar infra-estrutura à periferia ou tentar atrair a população para viver no centro.
Sueli Schiffer, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo), diz que a proposta de taxar a permissão para construção de mais pavimentos só torna viável obras no centro, mais valorizadas, o que mantém a expulsação da população de baixa renda.
Nancy Cardia, coordenadora de pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da USP, diz que só uma política habitacional não basta.
Para ela, a intervenção nas regiões periféricas da cidade deve ser não apenas urbanística, mas envolver a construção de creches para que as crianças não fiquem na rua, escolas e opções de lazer para os jovens.
Inviabilidade
Uma eventual utilização dos espaços urbanos não ocupados no centro para projetos habitacionais de baixa renda esbarra na viabilidade econômica, segundo o arquiteto Cândido Malta Campos.
Segundo ele, uma experiência da Cohab de construção de prédios populares próximo à estação Bresser do metrô terminou com a venda dos imóveis para uma população mais rica que a que normalmente é atendida pela empresa.
"É preciso escolher entre alojar bem uma pequena população ou acomodar razoavelmente um grande contingente de pessoas", afirma Campos, que prega a distribuição dos gastos públicos pela periferia.

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