São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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Grupos mudam estratégia e propõem um novo conceito

DO ENVIADO ESPECIAL

O encontro da Cidade do México marcou uma mudança de estratégia dos grupos de mulheres que lutam pela descriminalização do aborto.
A interrupção da gravidez passa a ser apresentada como um problema de saúde pública e não apenas como um direito da mulher sobre seu corpo.
A descriminalização é mostrada como um instrumento para diminuir o número de abortos e para evitar mortes e sequelas.
A Igreja Católica e os grupos que condenam o aborto -como o Pró-Vida- não serão mais atacados de frente.
A igreja comandada pelo Vaticano tem sido a principal adversária dos grupos que defendem o direito à interrupção da gravidez.
Em muitos países da América Latina -entre eles o Chile e Argentina-, as alianças do governo com a igreja continuam impedindo mudanças em favor do aborto.
"Temos que adotar um discurso cuidadoso para diferenciar o Vaticano dos padres e freiras que são nossos aliados", disse Marta Lamas, diretora do Gire, um dos grupos de informação sobre direitos reprodutivos que organizou o encontro do México.
Para ela, o discurso do Vaticano de que aborto é crime deve ser respondido com números e histórias reais. "Mais criminoso é o que vem acontecendo com as mulheres", disse.
A expectativa é mostrar ao papa este novo conceito para o aborto.

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