São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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BC consegue conter especulação cambial

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo conseguiu ao longo da semana passada pôr ordem no mercado de câmbio, esfriando o ânimo dos especuladores. O resultado foi a queda das cotações do dólar nos mercados futuros, termômetro das expectativas dos agentes financeiros.
A estratégia foi aumentar a oferta de papéis indexados ao dólar disponíveis no mercado e reduzir o rendimento pago pelo Banco Central nas posições compradas em moeda norte-americana, que caiu de 4,6% para 2,5% ao ano.
No caso da oferta de papéis em dólar, o chamado hedge cambial, a decisão serviu para acalmar muitos investidores, já que, nos últimos quatro meses, a participação desse tipo de papel no total da dívida pública caiu de 12% para 9%.
Outro fato que contribuiu para a queda das cotações da moeda norte-americana, na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), foi a notícia de que o total de importações do primeiro semestre deve ser menor do que o divulgado, por conta de um erro no Siscomex.
O primeiro boato que chegou às mesas de operação era de que as importações nos primeiros seis meses do ano teria sido na verdade US$ 900 milhões menor, ou seja, o déficit comercial no ano ficaria assim 10% abaixo do esperado pelo mercado.
Mesmo com o governo desmentindo o montante, ainda na quinta-feira, o mercado continuou otimista e os dólares continuaram caindo nos negócios para entrega futura. Essa melhora do ânimo dos investidores também foi sentida na Bolsa de Valores de São Paulo, que encerrou a semana com valorização de 12%.
Além da ação do governo, a especulação também perdeu força na medida em que a situação nos países asiáticos acalmou. Na sexta-feira, as Bolsas de lá chegaram a subir mais de 10%.

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