São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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De grão em grão; Regime estatal; Tamanho é documento; Apertando o cerco; Batendo no estômago; Esperando para ver; Nas gôndolas; Peso da máquina; Potencial explosivo; Crescimento exponencial; Alterando o perfil; Exército de Brancaleone; Aos bilhões; Na liderança; Jogando no ataque; Colchão no balanço

DE GRÃO EM GRÃO

A participação dos bancos estrangeiros no mercado brasileiro deve passar de 5%, em 94, para, no máximo, 25% no ano 2000, estima Roberto Setubal, da Febraban.

Regime estatal
Segundo ele, com as privatizações, os bancos estatais vão perder participação de mercado -de 55%, em 94, para 35%. Já os bancos privados nacionais vão manter sua fatia, de 40% do mercado.

Tamanho é documento
Para Setubal, é improvável que o sistema financeiro brasileiro passe a ter perfil semelhante ao argentino, dominado pelos estrangeiros. Aqui, o mercado é maior e o governo precisa de bancos nacionais para fazer política monetária; lá, com a economia dolarizada, não existe política monetária possível.

Apertando o cerco
As importações de brinquedos vão cair 22,4% neste ano sobre 96, prevê Synésio Batista da Costa, da Abrinq. "E, graças ao trabalho da Receita e da Polícia Federal, o contrabando será reduzido, de 15% para 10% do mercado."

Batendo no estômago
Para Luiz Furlan, da Fiesp, haverá queda nas importações para o Natal contra o período em 96. "Há um enjôo de alguns setores de mercado, como duráveis e não-duráveis, e muito encalhe."

Esperando para ver
Os pedidos de importação para o Natal estão 10% menores neste ano contra 96, avalia Haroldo Piccina, do Sindicomis (que reúne os comissários de despacho).

Nas gôndolas
Os supermercados devem importar mais para o Natal -2% sobre 96-, diz Nelson Barrizzelli.

Peso da máquina
No cálculos do Citibank, a queda de importação de bens de consumo será compensada pelo aumento, entre 10% e 15%, da compra de máquinas e equipamentos.

Potencial explosivo
A Salomon Brothers prevê crescimento de 20% ao ano do mercado de seguros até o ano 2000. Sem levar em conta a privatização do seguro de acidente de trabalho, que acrescentaria mais US$ 4 bilhões em prêmios ao ano.

Crescimento exponencial
O valor total de prêmios pagos pelo setor de seguros no Brasil cresceu 146% em termos reais de 1993 a 1996 -para US$ 14,9 bilhões, diz a Salomon Brothers. O setor de seguro de vida cresceu 361% no período.

Alterando o perfil
Segundo a Salomon Brothers, o mercado deve se desconcentrar -hoje, seguros de veículos detêm 30,4% dos prêmios e as dez maiores seguradoras, 62% do mercado-, com o crescimento dos ramos de vida, saúde e previdência e da participação dos estrangeiros.

Exército de Brancaleone
"O seguro de acidente do trabalho, hoje, não é um seguro, mas um benefício previdenciário. Não valoriza a prevenção. Não é baseado no risco pago pelo empregador. Por isso, temos uma legião de mutilados neste país." É a opinião de José Arnaldo Rossi, da Fenaseg.

Aos bilhões
Os vencimentos de eurobônus somam US$ 1,28 bilhão, em outubro, US$ 1,19 bilhão, em novembro, e US$ 1,63 bilhão, em dezembro. "Muita renovação já está engatilhada", diz André Loes, economista-chefe do Bozano, Simonsen.

Na liderança
Para Loes, a possibilidade de aplicar os recursos captados em títulos públicos cambiais representou "um grande estímulo e já em julho/agosto voltaram a predominar as emissões de bancos".

Jogando no ataque
O movimento "Ação Contra o Aumento de Impostos" vai lutar contra a MP que obriga "as empresas a recolherem contribuições sobre as verbas indenizatórias dos contratos de trabalho rompidos", avisa Abram Szajman, da federação do comércio paulista.

Colchão no balanço
"Os bancos mais agressivos nas provisões contra perdas com créditos podres, que foram além do determinado pelo BC, têm espaço de manobra. Possuem uma reserva oculta que pode se transformar em resultado positivo", diz Carlos Fagundes, vice do Crefisul.

E-mail: painelsa@uol.com.br

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