São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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Franqueado "jurássico" vira conselheiro

CLEBER MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A paranaense Suzana Kabe, 55, já viajou o mundo dando palestras sobre as escolas Kumon, é consultada com frequência pelos franqueados e também tem uma seção fixa no jornal da rede. Mas não é diretora nem consultora. Suzana é uma franqueada diferente das outras cerca de 1.600 da rede.
Ela pertence a um clube fechado que forma a "velha guarda" do setor no país. São os franqueados mais antigos em atividade e que, por isso, representam uma classe influente e valorizada.
O grupo é restrito. O número de franqueadas em 85, por exemplo, representa só 10% do total de hoje (28 mil). A maioria das franquias antigas trocou de dono ou fechou.
Boa parte dos que persistiram viraram "eminência parda" nas redes. "Os interessados em uma franquia e os franqueados mais novos sempre pedem conselhos", afirma Suzana, dona da primeira unidade Kumon no Brasil, criada em 77, em Londrina (PR). Vinte anos depois, emprega 22 funcionários e tem cerca de 400 alunos.
"Recomendamos visitas a franqueados antigos, porque podem explicar melhor", diz Takeo Nishimura, 51, diretor administrativo. Segundo ele, franqueados que estão na rede há pelo menos dez anos são poucos. "Desde que assumi, há 13 anos, uns cinco continuam."
A história de Maria José Sandoval, 54, franqueada do CCAA, também começou na década de 70. Mais precisamente em 73, quando abriu a primeira escola em Pinheiros (zona sudoeste de São Paulo).
"Entrei no negócio porque tinha uma escola de datilografia e decidi abrir uma de línguas", conta Maria José, que hoje comanda 19 unidades da rede na capital paulista.
Apesar do sucesso da maioria dos franqueados veteranos, nem sempre são eles os responsáveis pelos maiores faturamentos. "O principal é o desempenho", conta Lilian Moreira, 58, gerente de desenvolvimento e expansão da rede, que tem 685 franquias e 30 unidades próprias. Segundo Lilian, 85% operam há menos de 10 anos.
"Franqueados mais antigos, que não se acomodam, têm um papel importante na rede, porque agregam conhecimento e são referencial para os novos", diz Marcelo Cherto, do Instituto Franchising.
"No início, fiz as vezes do franqueador, visitando franqueados nas cidades vizinhas", diz Gilmar de Oliveira, 33, da Chicken In de Jaboticabal (SP). Apesar da idade, é o mais antigo da rede (12 anos).
Mas Oliveira usa sua experiência para decidir os rumos de sua loja. Rejeitou as mudanças recentes de cardápio colocadas pela rede. "Preferi manter o tradicional."

LEIA MAIS sobre o setor na pág. 9-4

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