São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Operação de retirada foi tensa

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A operação de retirada de 220 pessoas que trabalhavam em regime de escravidão na fazenda São Félix do Xingu (PA) foi tensa, segundo relatou Ruth Beatriz, secretária de Fiscalização do Ministério do Trabalho.
"Uma fiscal que está acostumada com esse tipo de operação disse que essa ação foi especialmente tensa. Dá para ver isso só pelo número de armas apreendidas", disse Beatriz.
Ações desse tipo são preparadas em sigilo. Os fiscais recebem a denúncia, fazem um rastreamento inicial e checam a localidade exata da fazenda onde há trabalho escravo. Conferem também se a acusação é atual ou não.
"A Polícia Federal sempre nos acompanha. As informações não podem vazar, porque temos de ter necessariamente um flagrante", afirmou Beatriz.
Os fiscais e policiais contam com a ajuda de um guia da região. As fazendas de trabalho escravo ficam em locais de difícil acesso.
"A chegada é o momento de maior tensão, porque você nunca sabe no que vai dar", disse a secretária de Fiscalização.
"A gente não sai da propriedade antes de consultar todos os trabalhadores para saber se eles querem deixar o local. Depois, providenciamos o transporte para as pessoas", completou.
Em algumas situações, depois da situação toda regularizada, há trabalhadores que preferem continuar na fazenda. "Mas isso é muito raro", afirmou Beatriz.
(AG)

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