São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Vacina não seria obrigatória

DA ENVIADA ESPECIAL

Apesar do grande número de adultos não vacinados contra o sarampo, os representantes do CVE e do Ministério da Saúde defenderam na Guatemala que não é necessário vacinar todos os adultos entre 20 e 29 anos.
Essa é a principal faixa etária de ocorrência da doença entre os adultos.
"Isso é muito difícil de conseguir, já que os adultos dificilmente aderem a campanhas de vacinação", disse Maria de Lourdes Maia, coordenadora do programa de imunização do Ministério da Saúde.
"Uma mostra disso foi a campanha que fizemos na favela de Heliópolis (zona sudeste de São Paulo). Apenas 6.000 dos 70 mil adultos que pretendíamos vacinar foram aos postos móveis", disse o diretor do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), José Cassio de Moraes.
Durante a reunião da Opas, técnicos de vários países questionaram o Brasil sobre a possibilidade de vacinar adultos.
A Folha apurou que, mesmo entre os técnicos brasileiros, alguns acham que vacinar os adultos é a única forma de conter a circulação do vírus.
"Sabemos que a vacinação de adultos é muito difícil", disse o assessor da Opas Donald Henderson.
"Em nenhum lugar do mundo ouvi dizer que uma campanha maciça de vacinação de adultos tenha sido um sucesso", afirmou ele, comentando os dados brasileiros.

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