São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997 |
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Vacinação indiscriminada de adultos é descartada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde descartaram ontem a vacinação indiscriminada de adultos contra sarampo.Eles decidiram vacinar em massa apenas as crianças de seis meses a cinco anos. A vacinação de adultos será realizada de maneira discriminada, em locais onde tenham sido confirmados casos da doença (construções, fábricas, empresas). "A cobertura vacinal em adultos é fraca. A última tentativa, em Guarulhos (SP), há duas semanas, teve apenas 21% da população vacinada", afirmou o presidente do Centro Nacional de Epidemiologia, Jarbas Barbosa. Estratégia Barbosa disse que a reunião não foi marcada apenas para discutir o sarampo, mas, como a doença está se espalhando por diversos estados, resolveu-se estabelecer uma estratégia única de combate. A estratégia adotada pelo ministério, com aprovação dos secretários estaduais, consiste em vacinar todas as crianças até cinco anos, mesmo as que já tenham sido vacinadas anteriormente, com a dose monovalente. As crianças com menos de 12 anos serão vacinadas com a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). O ministério deve realizar o segundo dia de multivacinação provavelmente em outubro, quando a nova estratégia será colocada em prática. Os Estados de São Paulo, Ceará e Bahia não vão participar da vacinação contra o sarampo, pois já colocaram em prática essa estratégia. São Paulo enfrenta um surto de sarampo com 3.748 casos confirmados e 9.335 aguardando confirmação. O Rio Grande do Sul também não deve participar da campanha, porque já estava realizando uma campanha de vacinação de tríplice viral. O ministério ainda vai decidir se Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro vão entrar na campanha. Esses Estados têm alcançado índices altos de pessoas vacinadas. Barbosa declarou que os surtos de sarampo em São Paulo, Rio, Bahia e Ceará são ocasionados pelo acúmulo de pessoas suscetíveis à doença. "A vacina de sarampo tem uma falha primária de 10% a 15%. Isso quer dizer que, das crianças vacinadas, até 15% não são efetivamente imunizadas", afirmou. Segundo Barbosa, o acúmulo após cinco anos resulta em surtos. A última grande campanha de vacinação nacional foi realizada em 92, quando foi alcançado um índice de 95% de cobertura vacinal. A expectativa do ministério é vacinar 9,88 milhões de crianças contra sarampo. Texto Anterior: Vacina não seria obrigatória Próximo Texto: Grupo pró-aborto quer pressionar papa Índice |
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