São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Professor fará 'provão' de informática

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, anunciou ontem que somente as escolas cujos professores passarem no "provão de informática" receberão os computadores do programa de informatização que está sendo implantado pelo MEC.
A meta é instalar, até o final do ano que vem, 100 mil computadores em escolas públicas. "Para isso, temos que primeiro treinar os professores, o que já estamos fazendo. As escolas cujos professores passarem no provão recebem os computadores, as outras não recebem, vão à segunda época."
Souza afirmou que já foram criados cem núcleos de treinamento em tecnologia educacional.
Para ele, é importante levar adiante esse programa, pois não é possível criar duas categorias de cidadãos, os que têm acesso à informática e os que não têm.
Outra meta em relação ao ensino básico é coordenar o esforço para colocar na escola os 2,7 milhões de crianças na faixa de 7 a 14 anos que estão fora das salas de aula.
"O país pode enfrentar esse problema, sabemos quem são essas crianças e temos um diagnóstico apropriado", afirmou o ministro.
"O presidente lançou esse desafio; a maioria dos recursos virá de Estados e municípios. Da parte do governo federal, grande parte dos programas já existe, como a aceleração escolar." Segundo ele, no orçamento para 98 estão previstos R$ 300 por aluno no ano e será preciso estabelecer um reajuste nesse valor. "Estamos estudando isso, inclusive remanejamentos que possam ser feitos."
Uma das idéias é criar uma conta bancária para a comunidade depositar dinheiro para essa campanha. O governo colocaria uma contrapartida equivalente aos recursos depositados pela comunidade.
O orçamento do MEC para o ensino fundamental é de R$ 1,7 bilhão e para o ensino superior, R$ 5,7 bilhões.
"No momento devemos priorizar o ensino fundamental", afirmou. Anteontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso havia dito que era uma distorção do ensino superior o fato de o número de bolsas de especialização subir 12% ao ano, enquanto o número de graduandos é estável.
"Não é preciso crescer tanto. Em 98, teremos a manutenção do número de bolsas, as universidades devem ter critérios mais seletivos."
Segundo Abílio Baeta Neves, secretário de Ensino Superior do MEC, esse crescimento foi de 19% de 94 a 97 nas bolsas de mestrado e doutorado concedidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior).
Se mantido o orçamento previsto para a Capes em 98, o número de bolsas da instituição deve diminuir. Este ano, o orçamento foi de R$ 390 milhões. Para o ano que vem, deverá ser de R$ 350 milhões.

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