São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Auditoria na Encol leva quatro meses

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo tendo assinado um acordo de saneamento com investidores estrangeiros no último sábado, a Encol não receberá injeção significativa de recursos nos próximos três ou quatro meses.
Essa é a previsão feita pelo presidente da World Mae, James Jones, em entrevista à Folha por telefone de Washington (EUA), sede da empresa.
Segundo ele, o processo de securitização (transformação em títulos) dos créditos da Encol depende da auditoria nos ativos da construtora brasileira.
"O envolvimento da World Mae neste momento é o de analisar os ativos da Encol e tentar determinar quais podem ser securitizados para produzir os recursos necessários à construtora", disse.
A World Mae ainda está definindo como pretende realizar a auditoria na construtora.
"Nós estamos juntando uma equipe que fará a auditoria com a assistência externa de companhias especializadas. Teremos alguns contadores e advogados, mas não será uma única companhia", afirmou o presidente da World Mae.
"Eu não tenho certeza nesse ponto sobre quais ativos da Encol são os melhores candidatos para a securitização", disse. "Se o projeto na planta for possível de securitização tudo bem, mas eu não estou dizendo que é isso necessariamente o que faremos no caso da Encol. Em teoria pode ser securitizado", acrescentou.
O presidente da World Mae afirmou estar ciente dos pedidos de falência contra a Encol atualmente em análise da Justiça brasileira.
"É claro que, se um tribunal decretar a falência, o processo será interrompido", afirmou Jones.
Na última sexta-feira, o juiz Carlos Alberto Rocha, da 3ª Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal, concedeu uma liminar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinando a indisponibilidade dos bens da Encol e de seu acionista majoritário, Pedro Paulo de Souza.
O INSS quer garantir a dívida da construtora com a Previdência Social, que é de R$ 120 milhões. Desse montante, R$ 5 milhões têm que ser quitados em uma só parcela.
A World Mae tem cerca de dois anos e suas operações, até o momento, ocorrem apenas na Argentina, disse o presidente da empresa. Ele não revela o total de ativos que securitizou naquele país.

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