São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
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PF apura se houve fraude no Vetor

Banco já é suspeito de sonegação

DA SUCURSAL DO RIO

O procurador da República Rogério Nascimento determinou ontem que a Polícia Federal investigue suspeita de gestão fraudulenta no inquérito que apura supostas irregularidades cometidas pelo ex-dono do Banco Vetor, Fábio Nahoum, na emissão de títulos estaduais para pagar precatórios.
Até agora o inquérito investigava apenas suspeita de crime de sonegação fiscal, com base no relatório da CPI dos Precatórios.
A CPI concluiu que houve irregularidades nas emissões e negociações de títulos de Estados e municípios, inclusive da cidade de São Paulo.
Com base no relatório, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, determinou a abertura de inquéritos por suspeita de sonegação fiscal contra dirigentes de bancos e corretoras que participaram das operações, assessorando Estados ou negociando papéis.
O Banco Vetor e a Vetor Corretora de Valores, em liquidação desde fevereiro, atuaram tanto assessorando a emissão de títulos como na negociação. Só para assessorar o governo catarinense, o Vetor ganhou R$ 33,2 milhões.
Em agosto o liquidante do banco e da corretora, Celso Possas, enviou relatório à Procuradoria da República apontando 11 irregularidades que teriam sido cometidas pelos dirigentes do Vetor.
Com base nesse relatório, o procurador Nascimento determinou que o delegado Matheus Casado Martins, da PF no Rio, investigue se Nahoum teria cometido crime de gestão fraudulenta, previsto no artigo 4º da lei 7.492/86 (Lei do Colarinho Branco).
O advogado de Nahoum, Felipe Amodeo, disse que a decisão é "um fato de rotina do inquérito" e que a apuração total interessa aos antigos diretores do Vetor.
Nascimento enviou o relatório do liquidante à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, onde tramitam investigações sobre supostos danos ao Tesouro da cidade. O texto cita três vezes o prefeito Celso Pitta (PPB), que, à época, era secretário de Finanças do município.

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