São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997 |
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Motoboy confessa outros dois assassinatos
OTÁVIO CABRAL
Batista foi preso na sexta-feira da semana passada, na Vila Carrão (zona sudeste de São Paulo), quando telefonava para a família de Ives. O corpo do garoto foi encontrado três dias depois, enterrado na casa do motoboy. Ele confessa ter participado do sequestro, mas nega ter matado o garoto. Por um dos crimes, ocorrido em 11 de outubro de 95, em Sapopemba (zona leste), Batista foi indiciado ontem, por policiais da Delegacia Seccional de São Mateus. O outro aconteceu dois meses depois, em São Mateus (zona leste). Policiais da Delegacia de Homicídios devem indiciá-lo hoje. O delegado Celso Marchior, da delegacia seccional, afirmou que, na época do crime em Sapopemba, conseguiu uma foto do suposto assassino. Ao ver a imagem de Batista na TV, ele o achou parecido com o homem que procurava. Segundo Marchior, em 1995, Batista usava o nome falso de Adelino Donizetti Esteves. Com esse nome, ele também era procurado pelo assassinato em São Mateus. "Ele confessou que usava esse nome e admitiu sua participação no crime", afirmou. O motivo dos dois crimes teria sido dívidas. Transferência Batista foi transferido ontem da carceragem do Depatri para o Centro de Observação Criminológica (COC), no Carandiru. No Depatri, ele foi violentado sexualmente e espancado duas vezes por outros presos. Nas duas vezes, ele precisou ser levado ao hospital. Segundo o delegado Paulo Fortunato, titular do Diprocom (Divisão de Proteção Comunitária), a medida visa preservar a vida do motoboy, que é ameaçado de morte por outros presos por ter cometido crime contra criança. No COC, prisão de segurança máxima, ele ficará em uma cela individual e terá tratamento médico. Antes de ser transferido, Batista passou a última noite isolado no parlatório do Depatri, onde levou um último "susto". Um preso, que esperava na porta do parlatório para falar com o advogado, ameaçou matá-lo quando entrasse. Batista chamou o carcereiro, que achou um estilete com o preso. Depoimento A Delegacia Especializada Anti-Sequestro ouviu anteontem as mulheres dos PMs Paulo Eduardo Dantas e Sergio Pereira de Souza. As duas afirmaram que os maridos são inocentes. A mulher de Dantas, Rose, afirmou que esteve viajando nas últimas duas semanas. Quando chegou, ele já estava preso. Já a mulher de Souza, Wilma, disse que seu marido é "uma pessoa boa". Texto Anterior: PMs são acusados de matar tenente no MS; Buscas por ossos em poço estão paralisadas; Vírus causa infecção em 750 em Olímpia Próximo Texto: 'Se não participasse do crime, iria morrer' Índice |
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