São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997 |
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'Se não participasse do crime, iria morrer'
OTÁVIO CABRAL
"Se eu não participasse, iria morrer. Não tive escolha", afirmou Batista ontem à tarde, ao deixar a carceragem do Depatri, onde ficou preso por uma semana e foi espancado e violentado sexualmente. Com o rosto coberto, mancando e com hematomas espalhados pelo corpo, ele não quis dar uma entrevista detalhada, dizendo que, antes disso, precisava tomar banho e ser atendido por um médico. Leia sua breve entrevista. * Folha - Por que você participou do sequestro do estudante? Silvio da Costa Batista - Eu fui obrigado a fazer isso, senão morreria na mão do PM (Paulo de Tarso Dantas). Eu não tive escolha, não tive como fugir. Folha - Quem deu os dois tiros na cabeça do estudante? Batista - Foi o Paulo de Tarso que deu os tiros no garoto, usando uma arma da corporação, uma pistola da Polícia Militar. Eu estava em outro cômodo da minha casa na hora que ele deu os tiros e não tive como evitar. Folha - Você confirma que tirou o garoto de casa? Batista - Não. Quem tirou o menino de casa foi o outro PM, amigo de Paulo de Tarso (Sergio Eduardo Pereira de Souza). Folha - Como você explica o fato de o corpo do garoto ter sido enterrado em sua casa? Batista -Eu não tenho nada a ver com isso, foi tudo culpa do policial (Dantas). Folha - Você é acusado de ter cometido um crime muito grave, por isso está sendo agredido pelos presos. Como você reage? Batista -Sou o novo Bandido da Luz Vermelha. A imprensa precisa de um novo Bandido da Luz Vermelha. Folha - Por que você não quer esclarecer qual foi a sua participação no sequestro? Batista - Não quero falar nada agora. Estou com muita dor, preciso tomar um banho e ir a um hospital. Mas, na semana que vem, vou falar coisas que vão abalar São Paulo. Texto Anterior: Motoboy confessa outros dois assassinatos Próximo Texto: Carta da mãe o chama de anjo Índice |
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